Governo proibiu a evangelização pela TV a cabo
A direção da Iurd (Igreja Universal do Reino de Deus) Angola reconhecida pelo Estado angolano pediu a suspensão do canal FéTv para “pôr cobro à ilegalidade”. O pedido foi aceito porque os programas estavam sendo transmitidos sem autorização.
A Iurd em Angola está atualmente dividida em duas: a de origem brasileira, liderada agora pelos angolanos Alberto Segunda (líder espiritual) e António Ferraz (presidente da direção), e os reformistas dirigidos por Bizerra Luís e reconhecidos pelo Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos, reclamando ambas ser as legítimas representantes da igreja fundada por Edir Macedo.
A igreja da ala brasileira queixou-se da suspensão sem notificação prévia dos programas de evangelização que eram transmitidos em duas plataformas de televisão por cabo, a Multichoice (DSTv) e TV Cabo, por ordem do Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (Minttics).
Numa nota, a direção Iurd Angola (ala legitimada) diz ter desenvolvido ações junto das instituições competentes do Estado para a suspensão dos programas de rádio e televisão, “pois estavam sendo produzidos conteúdos religiosos por um grupo de pessoas sem a devida autorização” do bispo Valente Bizerra Luís, atual representante legal da igreja.
A Iurd de origem brasileira argumenta que uma “rebelião sem precedentes" que se instalou em 2019, e levou à separação em duas alas, sendo este “mais um golpe desumano e brutal contra as centenas de missionários, milhares de obreiros, jovens e simpatizantes da igreja por toda a Angola".
Em declarações à Lusa, o porta-voz desta ala, pastor Olívio Alberto fala de "perseguição religiosa", já que os representantes da IURD foram absolvidos de vários crimes de que eram acusados e questiona: "onde está o documento legal que atesta o sr. Valente Bizerra como líder da Igreja Universal?".
Em abril de 2021, o Minttics suspendeu as licenças de três canais de televisão, entre as quais a Record TV Africa, ligada à igreja fundada pelo brasileiro Edir Macedo, alegando inconformidades legais, entre as quais o fato de o diretor executivo da empresa não ser angolano e ter jornalistas estrangeiros não credenciados no país.
A Record TV tinha exibido diversas reportagens desfavoráveis ao Governo de Angola, afirmando que os brasileiros eram vítimas de xenofobia no país.
A IURD (ala brasileira) alega ser reconhecida em Angola desde 1992 e ter o bispo António Miguel Ferraz como seu legítimo representante, eleito em assembleia geral.
No entanto, o Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos (INAR) não reconhece esta ala, tendo antes legitimado a liderança do bispo Valente Bizerra Luís, que coordenava a comissão de reforma que entrou em conflito com a direção brasileira da IURD em 2019, com troca de acusações mútuas relativas à prática de atos ilícitos.
Os angolanos, liderados pelo bispo Valente Bezerra, afirmavam que a decisão de romper com a representação brasileira em Angola encabeçada pelo bispo Honorilton Gonçalves, fiel ao fundador Edir Macedo, se deveu a práticas contrárias à religião, como a exigência da prática da vasectomia, castração química, práticas de racismo, discriminação social, abuso de autoridade, além da evasão de divisas para o exterior do país.
As alegações sempre foram negadas pela IURD Angola que acusou os reformistas de "ataques xenófobos" e agressões a pastores e intentou também processos judiciais contra os dissidentes.
Em tribunal, correm ainda processos relacionados com a propriedade dos templos, que estiveram apreendidos por ordem da Procuradoria-Geral da República (PGR) e reabriram recentemente.
Os angolanos, liderados pelo bispo Valente Bezerra, afirmavam que a decisão de romper com a representação brasileira em Angola encabeçada pelo bispo Honorilton Gonçalves, fiel ao fundador Edir Macedo, se deveu a práticas contrárias à religião, como a exigência da prática da vasectomia, castração química, práticas de racismo, discriminação social, abuso de autoridade, além da evasão de divisas para o exterior do país.
As alegações sempre foram negadas pela IURD Angola que acusou os reformistas de "ataques xenófobos" e agressões a pastores e intentou também processos judiciais contra os dissidentes.
Em tribunal, correm ainda processos relacionados com a propriedade dos templos, que estiveram apreendidos por ordem da Procuradoria-Geral da República (PGR) e reabriram recentemente.
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