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Maioria de eleitores não votaria em candidato ateu

A religião contaminou a política

PAULO LOPES / opinião
jornalista 

Do total de eleitores brasileiros, a maioria (54%) deles não votaria em um candidato ateu, independentemente de suas propostas para a sociedade. A parcela daqueles que votariam em um ateu é 37%.

Feita entre 28 e 30 de agosto de 2022 pelo PoderData com 3.500 entrevistas, a pesquisa confirma levantamento segundo o qual, para os brasileiros, a pessoa para ser boa precisa acreditar em Deus.

Para as eleições gerais de outubro deste ano, nenhum candidato se destaca por ser ateu, defendendo, por exemplo, forte demarcação do distanciamento entre a Igreja e o Estado.


O que tem ocorrido, na campanha eleitoral na TV, são candidatos que pedem votos em nome de Deus. Há uma intenção de agradar os religiosos, principalmente os evangélicos. Ninguém se assume abertamente ateu, até onde sei.

Quando em uma eleição importante fala-se muito em Deus e pouco em propostas de governo, é indício de que o Brasil permanecerá atolado no atraso, em relação aos países desenvolvidos.

O pior é que a maioria dos brasileiros acha normal política e religião estarem juntas, ignorando que, dada a natureza de cada uma delas, uma contamina a outra.

Pesquisa da Datafolha revela que 56% dos brasileiros acham que política e religião devem caminhar lado a lado, a exemplo do que ocorre, observo, em países teocráticos, como o Irã.

Independentemente de quem ganhar as eleições presidenciais (neste momento as pesquisas apontam para Lula), todos que zelam pelo Estado laico, sem a qual não existe democracia, devem militar para descontaminar o discurso político da pregação religiosa. Uma tarefa cívica que exigirá décadas.

> Com informação do PoderData e do Datafolha.

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Comentários

Anônimo disse…
Ou seja, mais da metade dos cristãos não leram a própria Bíblia, que defende a separação, a César o que é de César, a Deus o que é de Deus.
Minoria disse…
Para garantir o sigilo do voto, eu voto de olhos fechados. Se o mesário me filmar, sem filmar a tela da urna, o voto continuará secreto. Pelo dicionário michaelis, voto é o modo de manifestar a vontade em uma eleição ou assembleia, faltando dizer se a vontade é de mandar ou de ser mandado.
Anônimo, dar a César o que é de César e a Deus o que é Deus implica uma separação e o reconhecimento que se é tributário a César e a Deus. O problema dos ateus é que eles se esquecem que são tributários a Deus, devem algo a Deus como ir à Santa Missa nos domingos e nas festas como no dia 24 de dezembro, dia do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, e não simplesmente na véspera de Natal trocar presentes com outros, encher a pança de comida e beber bebidas alcoólicas até cair. Os ateus se esquecem de confessar os seus pecados a um padre pelo menos na época de Páscoa e se esquecem de receber o corpo e sangue de Cristo na Eucaristia, comer o corpo de Cristo, também pelo menos na época da Páscoa.

Os ateus dão tudo a César, então, César sendo o primeiro e único a receber os tributos, o que lhe é devido e o que não lhe é devido, no caso dos ateus, instala-se no mundo inevitavelmente a ditudura da opinião e a vontade dele, de César, sem levar em conta o Deus que se revela e sem levar em conta a natureza mesma das coisas que é um reflexo da vontade divina no que filosoficamente se chama de analogia do ente. Ou seja, analogia do ente é que as coisas tem qualidades de bem, verdade e beleza cuja suma: de forma absoluta encontra-se em Deus.

Enquanto isso quem é fanático, hoje, no Brasil, os evanjegues, os evangélicos doidos que chegam ao ponto de lavar o dinheiro do crime organizado: milícias e tráfico de drogas nas favelas e periferias do Brasil, eles esquecem-se de César e querem sair aí, por exemplo, estapeando a nós, gays e demais LGBT, atualmente. Eles querem nas praças públicas criar tumultos pregando aos berros histéricos, insanos, com a Bíblia adulterada deles, na qual faltam 7 importantes livros e as partes finais dos livros de Daniel e Ester. César também é importante, é preciso haver ordem na pólis. É preciso se conviver com as pessoas em um mundo que é sempre plural e não homogêneo da melhor maneira possível.
Paulopes, é muito perigoso separar Estado de Igreja ou religião - a religião verdadeira e decente que é a católica romana - da política. Perdida a noção de Deus, de absoluto, de uma fundação última da realidade, o que resta é a ditadura da opinião. César vai impor a sua opinião. Uma constituinte e os políticos legisladores vão querer remodelar o mundo à sua imagem e semelhança. Daí vem a aprovação das drogas: a descrimininalização das drogas, da eutanásia que faz os pobres velhinhos doentes, no final da vida, fugirem rápido de seus países onde há eutanásia, pois não querem morrer por doenças com relação as quais ainda poderiam recorrer a um tratamento justo. Perdido Deus vem a aprovação do genocídio que é o aborto ou o desarmamento das vítimas que é também genocídio pela proibição das pessoas de portarem arma para uma legítima defesa. Enfim, o poder secular perdendo a noção do poder espiritual, perdido o padre na vida dos políticos e governantes, o que resta é um corpo sem alma. O Estado separado da Igreja Católica é um cadáver.

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