Nova espécie de titanossauro teria vivido há 80 milhões de anos na região onde se localiza o noroeste do Estado de São Paulo
JÚLIO BERNARDES / Jornal da USP
jornalista
O time dos dinossauros brasileiros ganhou o Ibirania parva, espécie que acaba de ser descrita e identificada em pesquisa com participação da USP.
Os primeiros vestígios da nova espécie começaram a ser localizados a partir de 1999 numa localidade conhecida como Sítio dos Irmãos Garcia, distrito de Vila Ventura, município de Ibirá, em escavações realizadas pelo Museu de Paleontologia Professor Antônio Celso de Arruda Campos, sediado na cidade de Monte Alto, no interior de São Paulo.
“As rochas presentes nessa localidade são do período Cretáceo Superior, da Formação São José do Rio Preto, com idade de 80 milhões de anos”, relata o pesquisador Bruno Albert Navarro, do Museu de Zoologia (MZ) da USP, que liderou o trabalho. “Muitos fósseis de dinossauros herbívoros já eram conhecidos desde os anos 1960 na região, mas até o momento nenhuma espécie havia sido identificada e nomeada.”
Os fragmentos do animal usado para dar o nome à espécie (holótipo) foram descobertos em 2005 pelo professor Marcelo Adorna Fernandes, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
“Dentre os materiais recuperados, estão diversos elementos vertebrais e dos membros de, pelo menos, quatro indivíduos diferentes”, diz Navarro, que estuda os fósseis da espécie desde a graduação, em parceria com a pesquisadora Aline Ghilardi, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
“Desde então já sabíamos que se tratava de uma nova espécie, por conta de apresentar uma série de características anatômicas únicas, restando apenas formalizar sua descrição e batizá-la. Mas ainda restavam dúvidas se esta nova espécie estava representada por um animal juvenil, dado o tamanho modesto dos restos recuperados.”
Durante o mestrado, o pesquisador localizou e identificou em museus do interior paulista outros vestígios de animais dessa mesma espécie, que compartilhavam as mesmas características anatômicas e foram encontrados muito próximos de onde saíra o holótipo.
“Com isso pudemos constatar que não se tratava de um animal jovem, mas sim que todos aqueles indivíduos representavam uma nova espécie de titanossauro com proporções corporais bastante reduzidas”, descreve.
“A partir daí realizamos uma série de análises de tomografia computadorizada e histologia óssea e constatamos que, de fato, os animais desta espécie já haviam atingido sua maturidade esquelética antes do momento em que morreram.”
“Adicionalmente, percebemos que estes animais apresentavam resquícios de sacos aéreos em suas vértebras e um estudo conduzido pelo pesquisador Tito Aureliano, da UFRN, identificou que um dos animais sofria de infecção parasitária”, destaca Navarro.
Sacos aéreos são estruturas que auxiliavam na respiração dos animais. Durante o ano de 2020 foi concluída a descrição da nova espécie, que foi batizada como Ibirania parva. “Ibirania é a junção das palavras Ibirá, em homenagem à cidade onde a espécie foi encontrada, e ania, que em grego significa ‘caminhante, peregrino’.
Parva é o termo em latim para ‘pequeno’, devido ao tamanho reduzido da espécie. Como a palavra Ibirá vem do tupi, significando ‘árvore’, podemos traduzir o nome desse novo dinossauro como ‘o pequeno peregrino das árvores’”.
jornalista
O time dos dinossauros brasileiros ganhou o Ibirania parva, espécie que acaba de ser descrita e identificada em pesquisa com participação da USP.
O dinossauro, de quatro patas, pescoço longo, cabeça pequena e herbívoro, pertence a um grupo famoso pelos animais gigantescos, o dos titanossauros. No entanto, ele possui cerca de 5 a 6 metros de comprimento, o que o torna pequeno diante de outros dinossauros do mesmo grupo, que podiam atingir incríveis 30 metros, sendo considerada a primeira espécie de titanossauro anã encontrada nas Américas.
O animal teria vivido há 80 milhões de anos, na região onde hoje se encontra a cidade de Ibirá, no noroeste do Estado de São Paulo, e por essa razão, além do tamanho reduzido, ganhou um nome científico que pode ser traduzido como “o pequeno peregrino das árvores”.
Os resultados da pesquisa são detalhados em artigo publicado na revista científica Ameghiniana, publicado em 15 de setembro.
O animal teria vivido há 80 milhões de anos, na região onde hoje se encontra a cidade de Ibirá, no noroeste do Estado de São Paulo, e por essa razão, além do tamanho reduzido, ganhou um nome científico que pode ser traduzido como “o pequeno peregrino das árvores”.
Os resultados da pesquisa são detalhados em artigo publicado na revista científica Ameghiniana, publicado em 15 de setembro.
Dino media 6 m de comprimento e tinha altura de um homem |
Os primeiros vestígios da nova espécie começaram a ser localizados a partir de 1999 numa localidade conhecida como Sítio dos Irmãos Garcia, distrito de Vila Ventura, município de Ibirá, em escavações realizadas pelo Museu de Paleontologia Professor Antônio Celso de Arruda Campos, sediado na cidade de Monte Alto, no interior de São Paulo.
“As rochas presentes nessa localidade são do período Cretáceo Superior, da Formação São José do Rio Preto, com idade de 80 milhões de anos”, relata o pesquisador Bruno Albert Navarro, do Museu de Zoologia (MZ) da USP, que liderou o trabalho. “Muitos fósseis de dinossauros herbívoros já eram conhecidos desde os anos 1960 na região, mas até o momento nenhuma espécie havia sido identificada e nomeada.”
Os fragmentos do animal usado para dar o nome à espécie (holótipo) foram descobertos em 2005 pelo professor Marcelo Adorna Fernandes, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
“Dentre os materiais recuperados, estão diversos elementos vertebrais e dos membros de, pelo menos, quatro indivíduos diferentes”, diz Navarro, que estuda os fósseis da espécie desde a graduação, em parceria com a pesquisadora Aline Ghilardi, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
“Desde então já sabíamos que se tratava de uma nova espécie, por conta de apresentar uma série de características anatômicas únicas, restando apenas formalizar sua descrição e batizá-la. Mas ainda restavam dúvidas se esta nova espécie estava representada por um animal juvenil, dado o tamanho modesto dos restos recuperados.”
Durante o mestrado, o pesquisador localizou e identificou em museus do interior paulista outros vestígios de animais dessa mesma espécie, que compartilhavam as mesmas características anatômicas e foram encontrados muito próximos de onde saíra o holótipo.
“Com isso pudemos constatar que não se tratava de um animal jovem, mas sim que todos aqueles indivíduos representavam uma nova espécie de titanossauro com proporções corporais bastante reduzidas”, descreve.
“A partir daí realizamos uma série de análises de tomografia computadorizada e histologia óssea e constatamos que, de fato, os animais desta espécie já haviam atingido sua maturidade esquelética antes do momento em que morreram.”
“Adicionalmente, percebemos que estes animais apresentavam resquícios de sacos aéreos em suas vértebras e um estudo conduzido pelo pesquisador Tito Aureliano, da UFRN, identificou que um dos animais sofria de infecção parasitária”, destaca Navarro.
Sacos aéreos são estruturas que auxiliavam na respiração dos animais. Durante o ano de 2020 foi concluída a descrição da nova espécie, que foi batizada como Ibirania parva. “Ibirania é a junção das palavras Ibirá, em homenagem à cidade onde a espécie foi encontrada, e ania, que em grego significa ‘caminhante, peregrino’.
Parva é o termo em latim para ‘pequeno’, devido ao tamanho reduzido da espécie. Como a palavra Ibirá vem do tupi, significando ‘árvore’, podemos traduzir o nome desse novo dinossauro como ‘o pequeno peregrino das árvores’”.
Características anatômicas indicam descoberta de nova espécie de dinossauro |
> Com imagem de Hugo Cafasso e Matheus Fernandes Gadelha.
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