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Uma pesquisa do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania revelou que comunidades terapêuticas da cidade do Rio de Janeiro adotam como tratamento a abstinência, isolamento social e rotina religiosa, em desacordo com o estado laico e a política anti-drogas.
De acordo com o estudo, grande parte dessas entidades privadas são financiadas com recursos públicos e administradas por lideranças de igrejas.
Só no município do Rio de Janeiro o levantamento aponta a destinação de mais de R$ 3 milhões para o financiamento de 450 vagas em comunidades terapêuticas de 2019 a 2021.
Foram identificadas 109 unidades, em 16 municípios fluminenses, sendo 38 delas na capital.
O centro foi criado em 2000 pela Universidade Candido Mendes com a missão de desenvolver pesquisas e outros projetos nas áreas de segurança pública, justiça e política de drogas.
A pesquisa de agora contou com visitas presenciais em nove dessas instituições — uma católica e as outras evangélicas —, sendo que quatro delas eram administradas diretamente por pastores.
De acordo com Giulia Castro, pesquisadora do CESeC, atividades religiosas são incluídas nas rotinas de todas as instituições visitadas, o que vai contra a Constituição Federal que determina que o estado é laico.
Giulia Castro afirma ainda que não é possível quantificar as comunidades de fato atuantes, o que evidencia a existência de instituições não regulamentadas, e aponta fragilidades na habilitação delas pelos órgãos responsáveis.
O Centro de Estudos identificou que, localizadas em sua maioria em áreas de difícil acesso, as comunidades terapêuticas replicam a lógica manicomial de isolamento social e físico dos dependentes, também em confronto com a reforma psiquiátrica e a luta antimanicomial, bem como da Política de Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas, em vigor desde 2003.
Em nota, a Secretaria de Assistência Social do município informou que a Coordenadoria de Políticas sobre Drogas e Conselho Municipal Antidrogas foram incorporados à pasta em janeiro de 2021. E que para obtenção de registro, as comunidades terapêuticas precisam atender a todos os requisitos dispostos em lei.
A Vigilância Sanitária do município disse que as licenças para comunidades terapêuticas são emitidas por autodeclaração em cumprimento a decreto do próprio município e que realiza inspeções para atenuar os riscos sanitários e exigir o cumprimento das legislações.
A nota diz ainda que há 32 comunidades terapêuticas licenciadas na cidade, sendo duas com interdição total por não atender às normas sanitárias e nove com interdição parcial para novas admissões.
Giulia Castro afirma ainda que não é possível quantificar as comunidades de fato atuantes, o que evidencia a existência de instituições não regulamentadas, e aponta fragilidades na habilitação delas pelos órgãos responsáveis.
O Centro de Estudos identificou que, localizadas em sua maioria em áreas de difícil acesso, as comunidades terapêuticas replicam a lógica manicomial de isolamento social e físico dos dependentes, também em confronto com a reforma psiquiátrica e a luta antimanicomial, bem como da Política de Atenção Integral aos Usuários de Álcool e outras Drogas, em vigor desde 2003.
Em nota, a Secretaria de Assistência Social do município informou que a Coordenadoria de Políticas sobre Drogas e Conselho Municipal Antidrogas foram incorporados à pasta em janeiro de 2021. E que para obtenção de registro, as comunidades terapêuticas precisam atender a todos os requisitos dispostos em lei.
A Vigilância Sanitária do município disse que as licenças para comunidades terapêuticas são emitidas por autodeclaração em cumprimento a decreto do próprio município e que realiza inspeções para atenuar os riscos sanitários e exigir o cumprimento das legislações.
A nota diz ainda que há 32 comunidades terapêuticas licenciadas na cidade, sendo duas com interdição total por não atender às normas sanitárias e nove com interdição parcial para novas admissões.
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