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Livro mostra os dinossauros brasileiros encontrados até agora

O paleontólogo Luiz Eduardo Anelli diz os significado dos 54 fósseis da espécie, a idade e local da descoberta

LUÍSA HIRATA  |  Jornal da USP
jornalista

Quais são os dinossauros com rastros pelo Brasil? Por enquanto, 54 espécies foram catalogadas e são apresentadas no livro Novo guia completo dos dinossauros do Brasil, de Luiz Eduardo Anelli, paleontólogo, professor do Instituto de Geociências (IGc) da USP e diretor da Estação Ciência, órgão da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP.

A classificação segue as considerações conceituais do autor, então ainda podem existir mais dinos brasileiros ainda não classificados.

A obra é uma atualização do que Anelli já catalogou em outros trabalhos, como O guia completo dos dinossauros do Brasil (2007), e foi lançada na exposição Dinossauros: Patagotitan, o maior do mundo, que aconteceu até 11 de dezembro no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, e da qual o professor foi curador.
Com ilustrações do paleoartista Julio Lacerda, o livro pode ser utilizado como material de apoio para professores do ensino fundamental, médio e superior, além de ser uma fonte de estudo para pesquisadores e interessados da área.

A evolução das espécies


“A vida se originou na Terra ou foi trazida no interior de cometas ou asteroides de outros mundos fora do Sistema Solar?”

Essa é uma das primeiras perguntas instigadas pelo livro, que inicia contando a história da vida e da geologia na Terra, a evolução das espécies e os efeitos da ação humana. 

Obra explica a origem 
desses superanimais, sua
origem e formação dos fósseis

“É uma tentativa de colocar os nossos próprios dinossauros e a nossa pré-história na mesa”, diz o autor. Staurikosaurus pricei, o dinossauro que estampa a capa, é o mais antigo do mundo — viveu há cerca de 233 milhões de anos durante o período Triássico — e foi descoberto no Rio Grande do Sul. “A nossa pré-história é muito rica.”

Uma curiosidade: o Berthasaura leopoldinae, encontrado no Paraná quase completo, é “superesquisito”: perdeu os dentes, vivia no deserto e tinha um bico estranho. Ele está inserido num contexto paleontológico rico, com muitos outros fósseis encontrados no mesmo local.

Já o Ibirania parva é um dino nanico, achado no Estado de São Paulo. “Esse nanismo foi uma forma que a evolução encontrou para lidar com a escassez de alimentos”, explica Anelli, e acrescenta que o fenômeno é mais recorrente em ilhas. 

De acordo com o professor, o Ibirania viveu provavelmente em oásis numa área de grande aridez e pouca vegetação. Nesses locais, como a população não pode ficar muito reduzida para evitar problemas genéticos na reprodução da espécie, o menor consumo de alimentos é um dos caminhos para garantir sua sobrevivência, como informa o autor.

O Novo guia completo dos dinossauros do Brasil foi publicado pela Editora Peirópolis em coedição com a Editora da Universidade de São Paulo (Edusp) e está disponível por R$ 130,00 neste link. Confira também outros trabalhos de Luiz Anelli, como Dinos do Brasil (2018) e Novos dinos do Brasil (2020), em que ele traz informações e curiosidades sobre os dinos para o público infantil.



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