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O percentual de católicos que frequentam a missa (dominical) na Polônia caiu de 37% para 28% em dois anos, segundo os dados mais recentes do instituto estatístico da Igreja Católica (ISKK). Os dados — que datam de 2021 — certamente são influenciados pelas restrições devido à pandemia. Mas a análise dos mesmos dados não esconde a influência de “fatores socioculturais” no preocupante declínio.
Embora a grande maioria dos poloneses continue a se definir como católica, nos últimos anos a credibilidade da instituição eclesial foi prejudicada tanto pelo apoio dos bispos à decisão com a qual o Tribunal Constitucional restringiu severamente o acesso legal ao aborto (que se tornou lei em janeiro de 2021) − que provocou ondas de protestos de movimentos e organizações de mulheres em todo o país −, tanto pelas desconcertantes revelações sobre os abusos sexuais de menores por membros do clero e pela negligência e reticência com que os bispos enfrentaram a questão.
Desde 1980, a Igreja Católica na Polônia prepara um estudo anual sobre o número de participantes (que denominam de dominicantes), tendo também em conta o número de comunhões (comunicantes). Um domingo por ano, cada paróquia do país é solicitada a registrar os dados e enviá-los ao ISKK. O Instituto calcula então, em nível nacional e ao longo do ano, o percentual de católicos que participaram da Missa.
Fuga das igrejas ocorre por fatores socioculturais |
Os dados mais recentes mostram que 28,3% assistiram à missa em 2021. Uma queda dramática em comparação com 36,9% de 2019 (a pesquisa foi suspensa em 2020 devido à pandemia). Em 2011 o percentual era de 40%; em 2001 de 46,8%; em 1991 de 47,6% e em 1981 de 52,7% (cf. Notes from Poland, 14 de janeiro de 2023).
“Os números [de 2021] foram influenciados pela situação da pandemia”, confirmou o vice-diretor do ISKK, Marcin Jewdokimow. “Deve-se recordar que, em 2020, devido às restrições da Covid-19, não foram recolhidos dados. Em 2021, coletamos os dados apesar de algumas restrições [ainda] em vigor.”
De fato, os dados mais recentes foram coletados domingo, 26 de setembro de 2021, quando a entrada nas igrejas ainda era limitada a 50% da capacidade e os participantes ainda eram obrigados a usar máscaras. "Nos anos anteriores, o declínio de pessoas presentes foi constante. (…) Mas desta vez trata-se de um colapso. Por isso − concluiu Jewdokimow − acredito que no próximo ano registraremos uma recuperação na participação”.
> Tradução de Luisa Rabolini para IHU Online.
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