Fundamentalistas estão crucificando na rede social o professor de filosofia que teria ofendido Jesus
PAULO LOPES
O escritor britânico Salman Ruschdie, autor dos “Versos Satânicos”, defende o questionamento das religiões, “uma forma medieval de irracionalidade”, recorrendo até mesmo à sátira e a blasfêmia.
Concordo.
A forte reação ao professor explica-se, em parte, pela ascensão no Brasil da extrema direita golpista político-evangélica, uma "força da estupidez", como disse Ruschdie ao comentar em 2015 o ataque naquele ano por fanáticos islâmicos ao jornal francês de humor Charlie Hebdo, com mortes.
O fundamento cristão se infiltrou em todas as instâncias da sociedade, nas famílias, escolas, política, governos, Justiça. E Jesus se tornou o Maomé brasileiro — quem o debochar arrisca a ser queimado pelos defensores do amor ao próximo.
Rushdie perdeu um olho em consequência de facadas que levou em 2022 de um islâmico fanático.
Espera-se que o professor de filosofia ainda esteja enxergando com os dois olhos.
PAULO LOPES
jornalista
Se fosse professor, eu não escreveria aos alunos que “Jesus era um vagabundo e um idiota”. Mas acho exagerada a repercussão contra o professor de filosofia de Fortaleza que escreveu essa frase na lousa.
Uma estudante fotografou a frase e denunciou o professor por injúria religiosa. A mãe dela postou a foto em um grupo de orações, jogando pólvora na fogueira. A Secretaria de Educação do Ceará abriu uma investigação, uma deputada estadual ocupou a tribuna para denunciar a afronta aos cristãos, acionando o Ministério Público do Ceará.
Se Jesus não foi vagabundo nem idiota, por que a gritaria? Sempre achei que quem valida uma suposta ofensa é o ofendido.
Não há informação sobre em que contexto o professor de filosofia escreveu a frase ou se foi ele mesmo que a colocou na lousa. A deputada bolsonarista Dra. Silvana (PL) sugeriu que se confronte a caligrafia da lousa com a do professor, na expectativa de incriminá-lo.
Se a intenção do professor era levantar polêmica, ele conseguiu. Mas não acredito que esse tenha sido o caso. Imagino que ele esteja assustado com a fúria que involuntariamente desencadeou na rede social.
Se fosse professor, eu não escreveria aos alunos que “Jesus era um vagabundo e um idiota”. Mas acho exagerada a repercussão contra o professor de filosofia de Fortaleza que escreveu essa frase na lousa.
Uma estudante fotografou a frase e denunciou o professor por injúria religiosa. A mãe dela postou a foto em um grupo de orações, jogando pólvora na fogueira. A Secretaria de Educação do Ceará abriu uma investigação, uma deputada estadual ocupou a tribuna para denunciar a afronta aos cristãos, acionando o Ministério Público do Ceará.
Se Jesus não foi vagabundo nem idiota, por que a gritaria? Sempre achei que quem valida uma suposta ofensa é o ofendido.
Não há informação sobre em que contexto o professor de filosofia escreveu a frase ou se foi ele mesmo que a colocou na lousa. A deputada bolsonarista Dra. Silvana (PL) sugeriu que se confronte a caligrafia da lousa com a do professor, na expectativa de incriminá-lo.
Se a intenção do professor era levantar polêmica, ele conseguiu. Mas não acredito que esse tenha sido o caso. Imagino que ele esteja assustado com a fúria que involuntariamente desencadeou na rede social.
Jesus é preguiçoso? |
O escritor britânico Salman Ruschdie, autor dos “Versos Satânicos”, defende o questionamento das religiões, “uma forma medieval de irracionalidade”, recorrendo até mesmo à sátira e a blasfêmia.
Concordo.
A forte reação ao professor explica-se, em parte, pela ascensão no Brasil da extrema direita golpista político-evangélica, uma "força da estupidez", como disse Ruschdie ao comentar em 2015 o ataque naquele ano por fanáticos islâmicos ao jornal francês de humor Charlie Hebdo, com mortes.
O fundamento cristão se infiltrou em todas as instâncias da sociedade, nas famílias, escolas, política, governos, Justiça. E Jesus se tornou o Maomé brasileiro — quem o debochar arrisca a ser queimado pelos defensores do amor ao próximo.
Rushdie perdeu um olho em consequência de facadas que levou em 2022 de um islâmico fanático.
Espera-se que o professor de filosofia ainda esteja enxergando com os dois olhos.
> Com informação do Extra e de outras fontes e imagem da rede social.
• Lei não veta a blasfêmia: insulto a Deus não agride a honra de nenhum ser humano
• Luta entre Cristo e Lúcifer no Carnaval de SP não foi blasfêmia, decide juíza
• BBC pede desculpas por sugerir que blasfêmia merece punição
Comentários
Exemplos de humor e sanitização na web.
Não vamos nem falar de memes de teístas também né.
Deliciosa msol idade 18 anos virgem noiva de mané, certo dia msol consentiu ser estrupada por um ser chamado the bull 🧙♂️🤧🍆💦 triste não? a vizinhança fazia chacota e não acreditava na lorota mané acabou sendo acusado e para livrar o cool dele e de msol assumiu o b.o. consentiu como?👼🥷 psé diz a lenda que msol viu e ouviu algo e consentiu 🍑🍄🥃, como não importa. mentira? não mesmo é real possível e sobrenatural.
não pergunte e não questione por que só acontece nesses 📔 é provado acontece até hoje nos dias de hoje.
você tem filha fértil? a fecundação biológica é uma mágica! psé né.
📱Ligação Randi!🧙♂️🪄🎩🐰
Hume? 22:00 Black Sabbat? Double Chopp? Strippers? fecho Oh incrível até..
Voltei!
Desse trisal poliamorista nasceu o enzo bastardo, pobre enzo.
Enzo era louco das idéias pagava de santo e acabou se metendo em roubadas muitas confusões mas a turma dele passava pano hippies saca? apesar de crimes, covardias ele mentiu para polícia que era alguém especial tentou provar que era não conseguiu e tomou no cool, lições de vida fim.
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Mané sofria crises de tremores, dores de cabeça, entrava frequentemente em transe. 40 anos de idade, disse ter recebido a visita do briel👼 🍄 .
Mané dizia receber mensagens, ouvir vozes. Aos poucos, recolhia essas informações com ajuda de amigos e parentes, compondo posteriormente o borrão.
Na realidade ninguém dará a minima ou levará a sério pseudos livros baseados no nada, o que resta é satirizar.
A filósofa Anastasia Colosimo dá uma nova perspectiva sobre o seja a blasfêmia. Para ela, o crime de blasfêmia tem pouco ou nada a ver com questões religiosas.
Partindo da defesa resoluta da liberdade de expressão, Colosimo nos ensina que censurar a blasfêmia não é outra coisa se não uma forma de perseguição política.
Abaixo, suas palavras:
A blasfêmia sempre foi um problema político. O processo de Sócrates foi de blasfêmia. O de Cristo também.
A partir do momento em que o poder político encontra sua legitimidade numa autoridade espiritual, e que há uma identidade perfeita entre o teológico e o político, a blasfêmia é um problema político.
Deve-se permitir às pessoas que tenham discursos que possam ferir, inquietar e chocar.
Num contexto ocidental de separação entre igreja e Estado, há o argumento religioso - de que não se deve blasfemar- e o argumento secular, de defesa da liberdade de expressão.
Entra-se num combate de direitos humanos, e quer se limitar a liberdade de expressão exatamente em nome do que a define. Restringe-se a liberdade de expressão para a proteção dos sentimentos dos crentes.
É o encontro com a modernidade, diz-se que não tem nada a ver com Deus, mas com "meus" sentimentos. Isso é a estratégia "comunitarista", meio de pressão para comunidades. Foi o que se viu na França pós-atentados.
De um lado, uma certa população muçulmana dizia se sentir ofendida. De outro, políticos e intelectuais que, em vez de criticarem, concordavam com esta atitude.
Quando se é crente e se vê uma blasfêmia, é possível sentir-se incomodado, mas não se está sendo ofendido. É preciso parar com esta ideia de ofensa."
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2016/02/1741576-a-blasfemia-e-sempre-um-problema-politico-afirma-filosofa-francesa.shtml
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