As pessoas podem ter boa qualidade de vida, independentemente de terem ou não uma religião, constatou cientista canadense
Pesquisa publicada no Journal of Religion and Health revela que ateus e agnósticos são tão saudáveis e satisfeitos com a vida quanto os religiosos, desmentindo a ideia de que religião e espiritualidade têm um efeito mais positivo no bem-estar pessoal.
David Speed, autor do estudo e professor associado da Universidade de New Brunswick, Canadá, testou a hipótese da crença como benefício.
Pesquisa publicada no Journal of Religion and Health revela que ateus e agnósticos são tão saudáveis e satisfeitos com a vida quanto os religiosos, desmentindo a ideia de que religião e espiritualidade têm um efeito mais positivo no bem-estar pessoal.
David Speed, autor do estudo e professor associado da Universidade de New Brunswick, Canadá, testou a hipótese da crença como benefício.
Essa hipótese foi elaborada a partir de um amplo padrão de descobertas que correlacionam positivamente crenças e comportamentos religiosos com resultados de saúde. A maioria desses estudos, no entanto, falhou em incluir não crentes.
"Há 10.000 artigos conectando crença, frequência religiosa, oração, religiosidade, etc., com uma variedade de resultados de saúde”, explicou Speed. “No entanto, há uma escassez de pesquisas abordando os ateus, apesar desta população consistir de milhões de americanos e canadenses.”
Speed usou dados coletados pelo GSS (General Social Survey), banco norte americano de estudos de ciência social, para determinar se a religião estava positivamente conectada com a saúde física e psicológica em uma amostra representativa de canadenses.
A amostra incluiu 455 ateus, 215 agnósticos, 2.080 participantes que se identificaram como não religiosos, 6.205 católicos, 5.685 protestantes, 595 praticantes de religiões orientais e 430 indivíduos que pertenciam a outras religiões.
A pesquisa coletou dados sobre identidade religiosa, com que frequência os participantes rezavam e frequentavam serviços religiosos e quão religiosos eles eram (“Qual a importância de suas crenças religiosas ou espirituais para a maneira como você vive sua vida?”).
O formulário da pesquisa também continha questões onde os participantes avaliavam seu estresse, saúde física, satisfação com a vida e saúde mental.
Na pesquisa, Speed não conseguiu encontrar nenhuma evidência de que pessoas religiosas tinham melhores níveis de saúde física, saúde mental, satisfação com a vida e estresse em comparação com pessoas não religiosas, mesmo após controlar variáveis como idade, sexo, renda familiar, idioma, estado civil, status de minoria, região geográfica e escolaridade.
Speed também descobriu que frequência religiosa, oração e religiosidade não afetaram todos os quatro resultados.
Os resultados permaneceram os mesmos mesmo após comparar os ateus e agnósticos mais não religiosos com os católicos, protestantes e praticantes de religiões orientais e outras religiões mais religiosos.
“A pessoa comum deve ser cética em relação às afirmações de que a religião é inerentemente saudável ou inerentemente promotora da saúde”, disse Speed ao site de psicologia online PsyPost.
“Mas minhas descobertas vão contra uma enorme literatura que exalta os benefícios da religião para a saúde. Meu programa de pesquisa mostra regularmente que há poucos (se houver) benefícios de saúde para a religião. Isso pode surpreender os indivíduos que estão apenas vagamente familiarizados com o campo.”
O estudo de Speed concordava com pesquisas semelhantes anteriores que entrevistaram 15.000 americanos. No entanto, o novo estudo teve algumas limitações, como acontece com a maioria das pesquisas, uma vez que o General Social Survey não tinha dados sobre dois fatores críticos: apoio social e personalidade.
“Pesquisas que abordam religião e saúde são quase sempre correlacionais. Isso significa que não podemos descobrir se a religião está realmente causando diferenças na saúde”, explicou Speed.
> Com informação de Journal of Religion and Health, PsyPost e outras fontes.
A boa saúde depende de hábitos saudáveis, como exercícios físicos, e não de crenças religiosas |
"Há 10.000 artigos conectando crença, frequência religiosa, oração, religiosidade, etc., com uma variedade de resultados de saúde”, explicou Speed. “No entanto, há uma escassez de pesquisas abordando os ateus, apesar desta população consistir de milhões de americanos e canadenses.”
Speed usou dados coletados pelo GSS (General Social Survey), banco norte americano de estudos de ciência social, para determinar se a religião estava positivamente conectada com a saúde física e psicológica em uma amostra representativa de canadenses.
A amostra incluiu 455 ateus, 215 agnósticos, 2.080 participantes que se identificaram como não religiosos, 6.205 católicos, 5.685 protestantes, 595 praticantes de religiões orientais e 430 indivíduos que pertenciam a outras religiões.
O formulário da pesquisa também continha questões onde os participantes avaliavam seu estresse, saúde física, satisfação com a vida e saúde mental.
Na pesquisa, Speed não conseguiu encontrar nenhuma evidência de que pessoas religiosas tinham melhores níveis de saúde física, saúde mental, satisfação com a vida e estresse em comparação com pessoas não religiosas, mesmo após controlar variáveis como idade, sexo, renda familiar, idioma, estado civil, status de minoria, região geográfica e escolaridade.
Speed também descobriu que frequência religiosa, oração e religiosidade não afetaram todos os quatro resultados.
Os resultados permaneceram os mesmos mesmo após comparar os ateus e agnósticos mais não religiosos com os católicos, protestantes e praticantes de religiões orientais e outras religiões mais religiosos.
“A pessoa comum deve ser cética em relação às afirmações de que a religião é inerentemente saudável ou inerentemente promotora da saúde”, disse Speed ao site de psicologia online PsyPost.
“Enquanto algumas pessoas religiosas são indubitavelmente saudáveis, o mesmo pode ser dito de algumas pessoas não religiosas. Quaisquer que sejam as vantagens para a vida que a religião possa (ou não) oferecer, a saúde simplesmente não é uma delas.”
“Já publiquei bastante neste campo, então minhas descobertas não foram particularmente surpreendentes para mim”, acrescentou Speed.
“Já publiquei bastante neste campo, então minhas descobertas não foram particularmente surpreendentes para mim”, acrescentou Speed.
O estudo de Speed concordava com pesquisas semelhantes anteriores que entrevistaram 15.000 americanos. No entanto, o novo estudo teve algumas limitações, como acontece com a maioria das pesquisas, uma vez que o General Social Survey não tinha dados sobre dois fatores críticos: apoio social e personalidade.
“Pesquisas que abordam religião e saúde são quase sempre correlacionais. Isso significa que não podemos descobrir se a religião está realmente causando diferenças na saúde”, explicou Speed.
> Com informação de Journal of Religion and Health, PsyPost e outras fontes.
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