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Michael Shermer questiona a moralidade de Jesus: 'Ele rejeitou a própria mãe'

Escritor afirma que a moralidade deve se pautar pela filosofia e ciência seculares, ou seja, a razão, a racionalidade e o empirismo


Jesus é apresentado pelos crentes como modelo de moralidade, exemplo para a família, mas ele, que nunca se casou nem teve filhos, rejeitou sua mãe várias vezes.

Esse é um dos exemplos que o escritor Michael Shermer cita em um artigo sobre por que a religião é inviável com instrumento para o progresso moral.

Em vez da fé, escreve ele, o que deve ser levado em conta são "a razão, a racionalidade e o empirismo", tudo incorporado na filosofia e ciência seculares.

"São as únicas ferramentas confiáveis ​​que temos para determinar o que é natural na realidade, tanto física quanto moral."

Shermer afirmou que os crentes fazem uma leitura enviesada da Bíblia, selecionando trechos que atendam as suas necessidades, mostrando apenas o lado bom de suas escrituras sagradas.

Como exemplo, ele citou que Jesus rejeitou sua mãe várias vezes.

Em uma festa de casamento, por exemplo, Jesus disse para Maria: “Mulher, que tenho eu contigo?” (João 2:4)

O escritor destaca que em Lucas 14:26 Jesus demonstra o seu "apreço" pela família e o alcance de sua pregação fundamentalista: “Quem vem a mim e não odeia pai e mãe, esposa e filhos, irmãos e irmãs, sim, e até mesmo a própria vida, não pode ser meu discípulo.”

Shermer cita João 15:4-6 como outro exemplo da (i)moralidade de Jesus

"4 — Estai em mim, e eu em vós; como o ramo de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim.

5 — Eu sou a videira, vós os ramos; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.

6 — Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como o ramo, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem.

7 — Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito."

Rejeição de Maria por Jesus
corresponde ao padrão
bíblico que coloca a mulher
em patamar inferior


Em Marcos 10:30, cita o escritor, para Jesus não há problema se um crente abandonar a família, desde que doa seus bens. Nesse caso, o crente “receberá cem vezes mais agora, neste tempo, casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e terras”.

Em Mateus 22:37–39, Jesus disse "Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Mas esse é um Jesus para crente ver, porque Mateus 10:34-39 expõe a fúria do filho de Deus sobre a qual pouco aparece nos sermões dos cultos e missas:

34 — Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada;

35 — Porque eu vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra;

36 — E assim os inimigos do homem serão os seus familiares.

37 — Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim.

38 — E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim.

39 — Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida, por amor de mim, achá-la-á.

"Muitos cristãos conservadores parecem ter esquecido essas mensagens", escreve Shermer.




Ele reconhece haver religiosos que praticam o bem, que ajudam os pobres, fazem caridade. Mas isso não é prova de que a religião, especificamente o cristianismo, sirva como padrões de moralidade.

"A religião também promoveu, ou justificou, erros morais catastróficos como as Cruzadas; as Inquisições (espanhóis, portugueses e romanos); caça às bruxas (um produto, em parte, da Inquisição que durou da Idade Média até o início da Época Moderna e executou dezenas de milhares de pessoas, a maioria mulheres); conquistadores cristãos que exterminaram povos nativos aos milhões por meio de suas armas, germes e aço; as intermináveis ​​Guerras Religiosas Europeias (a Guerra dos Nove Anos, a Guerra dos Trinta Anos, a Guerra dos Oitenta Anos, as Guerras Religiosas Francesas, as Guerras dos Três Reinos, a Guerra Civil Inglesa, para citar apenas algumas); a Guerra Civil Americana, na qual os cristãos do norte e os cristãos do sul se massacraram devido à questão da escravidão e dos direitos dos estados; e a Primeira Guerra Mundial, na qual os cristãos alemães lutaram contra os cristãos franceses, britânicos e americanos, todos os quais acreditavam que Deus estava presente ao lado deles."

Essas desavenças mortais se referem ao mundo ocidental, porque a religião sustenta guerras em outras regiões, observa Shermer.

"Existem conflitos religiosos aparentemente intermináveis ​​na Índia, Indonésia, Afeganistão, Paquistão, Iraque, Sudão e vários países da África, a perseguição aos cristãos coptas no Egito e, claro, o terrorismo islâmico tem sido um flagelo para a paz e a segurança da sociedade nas últimas décadas, e não passa um dia sem que algum ato de violência seja cometido em nome do Islã."

"Todos esses eventos têm causas políticas, econômicas e sociais, mas a justificativa subjacente que compartilham é a religião."

Com informação da página de Michael Shermer na plataforma Substack e reprodução de imagem da rede social

• HQ de Cristo violento se inspira na Bíblia, Conan e nazismo

Comentários

Sanceza disse…
Excelente texto, como sempre!

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