A maioria dos brasileiros ainda é católica, se considera "religiosa", mas a frequência à missa pelo menos uma vez por semana é uma das mais baixa de 36 países pesquisados, de 8%. Tal índice é igual ou menor em relação a países europeus desenvolvidos, onde a secularização já se assentou.
O índice do Brasil é o mesmo da França, país de forte e histórica cultura laica. Só a Holanda apresenta frequência à missa menor que a do Brasil e ainda assim com a diferença de apenas um ponto percentual, 7%.
Semelhante quanto à frequência à Igreja, Holanda é muito diferente do Brasil, a começar pela população. O país da Europa ocidental tem 17,5 milhões de habitantes, seu IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é um dos dez mais elevados do mundo e cerca de 45% das pessoas são ateias.
Entre os níveis mais baixos de frequência semanal destacam-se também os observados na Lituânia (16%), Alemanha (14%), Canadá (14%), Letônia (11%) e Suíça (11%).
O levantamento é do CARA (Centro de Pesquisas Aplicadas ao Apostolado), da Georgetown University, nos Estados Unidos. Trata-se de uma organização sem fins lucrativos que realiza estudos sobre a Igreja Católica desde a década de 80.
Apenas idosos frequentam as igrejas |
O país que apresentou o maior índice de comparecimento à missa foi a Nigéria, com 94%. Logo abaixo vêm outros países pobres: Quênia (73%), Líbano (69%), Filipinas (56%) e Colômbia (54%).
Os Estados Unidos não estão na lista dos países pesquisados. Mas outra pesquisa do CARA indica que a frequência à missa caiu para 17% em 2022, contra 24% em 2019, no período pré-pandemia da Covid-19.
O relatório da pesquisa reconhece haver uma correlação entre o PIB do país e sua religiosidade. Quanto mais elevada a renda per capita, menor é a frequência às igrejas, e vice-versa.
A Suíça, por exemplo, é o país com o maior PIB dos países pesquisados e com frequência de apenas 11%.
O Centro de Pesquisa não explica o fato de o Brasil ser exceção.
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