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Ateus criticam prefeito de NY por rejeitar separação entre Igreja e Estado

Eric Adams costuma dizer que administra a cidade como um "servo de Deus"

Ateus e humanistas dos Estados Unidos criticaram o prefeito de Nova Iorque, Eric Adams, por ele ter se manifestado contra o Estado laico.

Durante um encontro inter-religioso, em 1º de março, Adams afirmou que ninguém fale para ele na separação entre Igreja e Estado.

"Estado é o corpo. Igreja é o coração. Você tira o coração do corpo, o corpo morre. Não posso separar minha crença porque sou uma autoridade eleita. Quando ando, ando com Deus. Quando falo, falo com Deus. Quando coloco políticas [públicas] em vigor, eu as coloco com uma abordagem divina. É o que eu sou."

Ele começou o discurso assim: “[Quando] tiramos as orações das escolas, as armas entraram nas escolas”.

Nadya Dutchin, diretora da American Humanist Association, disse que o nacionalismo religioso é incompatível com a democracia.

“É terrível que o prefeito traia a confiança de seus eleitores ao afirmar que a crença em Deus tem lugar na governança e nas políticas públicas.”

Para ela, Adams deu "um tapa na cara dos nova-iorquinos não religiosos com o direito constitucional e moral de viver livre da influência religiosa sectária e opressiva".

"O prefeito deve esclarecer imediatamente suas afirmações e estabelecer um compromisso com a separação entre Igreja e Estado, ou ele corre o risco de deixar seus constituintes se perguntando se o nacionalismo cristão assumiu o controle da prefeitura.”

Adams acha
que se encontra
em missão divina

Nick Fish, presidente do American Atheists, divulgou nota ressaltado que o Estado laico protege os direitos de cristãos, budistas, judeus, hindus e ateus.

"Ao longo dos últimos anos, os políticos nacionalistas cristãos e os juízes da Suprema Corte minaram cada vez mais esse importante princípio, impondo sua religião pessoal a todos os americanos."

Acrescentou que o discurso do prefeito não se distingue do dos extremistas que querem "proibir o aborto em todo o país, desumanizar e ameaçar nossos amigos e entes queridos LGBTQ e tratar minorias religiosas e não religiosos como cidadãos de segunda classe."

Fish disse que Adams tem de pedir desculpas e procurar dialogar com a comunidade de ateus. "Ele lidera uma das cidades mais diversificadas do país e deveria começar a agir assim".

O prefeito não recuou, embora suas afirmações tivessem forte repercussão na rede social.

Na quinta (2), quando se encontrou pela primeira vez com os repórteres após sua pregação contra o Estado laico, ele afirmou, rindo, que ia fazer "uma oração silenciosa para que Deus pudesse me dar paciência para responder a essas perguntas".

Após o silêncio, ele falou 10 minutos se colocando como vítima da imprensa por expressar a sua fé.

> Com informação do Daily News, American Humanist Association, American Atheists e outras fontes e foto de divulgação.

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Revista Banksia disse…
Vagabundo!

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