Pular para o conteúdo principal

Dawkins defende JK Rowling dos ataques de ativistas trans

Para o cientista e referência do movimento ateísta, só existem dois sexos: masculino e feminino 

O biólogo evolucionário britânico Richard Dawkins defendeu JK Rowling, autora de Harry Potter, dos ataques de ativistas trans por ela considerar que só existem dois sexos, independentemente da autoidentificação de cada um.

A escritora tem sido fortemente criticada, com propósito de cancelamento, porque ela, na rede social, acusa ativistas do movimento transexual de querer "apagar a realidade vivida pelas mulheres".

Dawkins afirmou que JK Rowling e outras mulheres, como a filósofa britânica Kathleen Stock, são alvos de bullying por se recusar a fingir que não existe a biologia, para a qual só existem seres humanos masculinos e femininos.

"É muito perturbador o modo como uma pequena minoria de pessoas conseguiu capturar o discurso [público] para falar bobagens errantes”, disse Dawkins no Youtube, no canal Piers Morgan Uncensored.

Ao ser questionado por Morgan qual seria a melhor resposta aos ataques da militância trans, Dawkins respondeu: "É a ciência".  Reforçou que para ele, como biólogo, existem dois sexos, e "isso é tudo".

Dawkins também está na mira dos ativistas trans sob a acusação de depreciar "grupos marginalizados" com "o disfarce do discurso científico".

Dawkins também
está na mira do
discurso identitário
de cancelamento

Os ativistas ficam furiosos com o cientista por causa de twitters como este: “Alguns homens optam por se identificar como mulheres, e algumas mulheres optam por se identificar como homens. Você será vilipendiado se negar que eles são literalmente o que se identificam. A discutir."

Autor do bestseller "Deus, um delírio", Dawkins é o militante ateu mais conhecido no mundo. Isso não impediu que a Associação Humanista Americana, ateísta, anulasse em 2021 o prêmio Humanista do Ano concedido a ele em 1996.
 
Quanto a isso, o movimento ateísta internacional está rachado, uns defendendo Dawkins, como Sam Harris, Lawrence Krauss e Steven Pinker, e outros criticando, como Alison Gill, da ong Ateus Americanos.

Referindo-se à perseguição a JK Rowling e a outros casos de tentativa de cancelados por grupos identitários, o jornalista Morgan perguntou ao cientista porque a sociedade “perdeu a capacidade de realmente ter um debate aberto e franco”.

Resposta de Dawkins: "Existem pessoas para as quais a palavra 'discutir' não significa 'discutir', o que não fiz. Achei que era coisa razoável para discutir [referência a seus tweets sobre gênero]".

> Com informação do canal Piers Morgan Uncensored.

Comentários

AspenBH disse…
O problema é que Dawkins, Krauss, Pinker são de uma geração treinada para levar em conta apenas as fenômenos naturais estatisticamente mais frequentes, ignorando aqueles pouco comuns. Sempre se contentaram com explicações parciais para a realidade, como nessa polêmica envolvendo gênero.
É fato que 99% das pessoas nascem ou com um pênis ou com uma vagina, porém também há 1% de indivíduos que nascem com ambas as genitálias ou sem nenhuma genitália definida. É fato que 99% das pessoas nascem ou com cromossomos masculinos XY ou com cromossomos femininos XX, porém também há os supermachos e superfêmeas que nascem com XYY ou XXY.
As gerações antigas sempre se contentaram com explicações científicas parciais que explicassem apenas a maioria dos casos, ignorando solenemente exceções e minorias. Porém veja que, nesse caso da classificação sexual, estamos falando de uma irrisória minoria de 70 MILHÕES de indivíduos descartados como irrelevantes. (1% dos 7 bilhões de humanos.)
Ora, se é possível flexibilizar o regulamento de modo a abarcar também essa minoria, por que não faze-lo? A solução encontrada pela sociedade para compensar o trabalho porco feito pelos biólogos foi a auto declaração: deixar cada indivíduo declarar seu gênero. Se futuramente os biólogos aprenderem a descrever mais acuradamente a realidade, essa auto declaração deixará de ser necessária. Então a bola está nas mãos dos biólogos, para melhorarem a qualidade de seu serviço.
CBTF disse…
Admirava muito o Richard Dawkins na minha juventude, mas agora vejo que ele é como se fosse um escritor de auto ajuda para ateus, não acrescenta nada para a ciência e sem perceber é tão dogmático quanto os religiosos que ele critica.
betoquintas disse…
Pena que a transfobia de Dawkins seja refutada pela ciência. A literatura médica demostrou a existência de pessoas intersexuais. Dawkins é o caso de ter uma convicção, não evidências.🤭😏

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Líder religioso confirma que atirador foi da Testemunhas de Jeová

O superintendente do Circuito Rio de Janeiro-07 da Testemunhas de Jeová, Antônio Marcos Oliveira, confirmou ao UOL que Wellington Menezes de Oliveira, o atirador do Realengo, frequentou um templo da religião na Zona Oeste da cidade. Casa do atirador tinha publicações da TJs O líder religioso procurou minimizar esse fato ao ressaltar que Wellington foi seguidor da crença apenas no início de sua adolescência. Ele não disse até que ano Wellington foi um devoto. Na casa do atirador, a polícia encontrou várias publicações editadas pela religião. (foto) Essa foi a primeira manifestação da TJs desde que Wellington invadiu no dia 7 de abril uma escola e matou 12 estudantes e ferindo outros. Oliveira fez as declarações em resposta a um ex-TJ (e suposto amigo do atirador) ouvido pelo UOL. Segundo esse ex-fiel, Wellington se manteve na religião até 2008. Por essa versão, Wellington, que estava com 23 anos, permaneceu na crença até os 20 anos. Ou seja, já era adulto, e não um pré-ad

Valdemiro pede 10% do salário que os fiéis gostariam de ter

TJs perdem subsídios na Noruega por ostracismo a ex-fiéis. Duro golpe na intolerância religiosa

Tibetanos continuam se matando. E Dalai Lama não os detém

O Prêmio Nobel da Paz é "neutro" em relação às autoimolações Stephen Prothero, especialista em religião da Universidade de Boston (EUA), escreveu um artigo manifestando estranhamento com o fato de o Dalai Lama (foto) se manter neutro em relação às autoimolações de tibetanos em protesto pela ocupação chinesa do Tibete. Desde 16 de março de 2011, mais de 40 tibetanos se sacrificaram dessa dessa forma, e o Prêmio Nobel da Paz Dalai Lama nada fez para deter essa epidemia de autoimolações. A neutralidade, nesse caso, não é uma forma de conivência, uma aquiescência descompromissada? Covardia, até? A própria opinião internacional parece não se comover mais com esse festival de suicídios, esse desprezo incandescente pela vida. Nem sempre foi assim, lembrou Prothero. Em 1963, o mundo se comoveu com a foto do jornalista americano Malcolm Wilde Browne que mostra o monge vietnamita Thich Quang Duc colocando fogo em seu corpo em protesto contra a perseguição aos budistas pelo

Jornalista defende liberdade de expressão de clérigo e skinhead

Título original: Uma questão de hombridade por Hélio Schwartsman para Folha "Oponho-me a qualquer tentativa de criminalizar discursos homofóbicos"  Disputas eleitorais parecem roubar a hombridade dos candidatos. Se Fernando Haddad e José Serra fossem um pouco mais destemidos e não tivessem transformado a busca por munição contra o adversário em prioridade absoluta de suas campanhas, estariam ambos defendendo a necessidade do kit anti-homofobia, como aliás fizeram quando estavam longe dos holofotes sufragísticos, desempenhando funções executivas. Não é preciso ter o dom de ler pensamentos para concluir que, nessa matéria, ambos os candidatos e seus respectivos partidos têm posições muito mais próximas um do outro do que da do pastor Silas Malafaia ou qualquer outra liderança religiosa. Não digo isso por ter aderido à onda do politicamente correto. Oponho-me a qualquer tentativa de criminalizar discursos homofóbicos. Acredito que clérigos e skinheads devem ser l

Maioria jamais será ateia nem fiel da Iurd, diz padre Marcelo

Para Rossi, Deus não reconhece casal de gays como família O jornal Correio da Manhã, de Portugal, perguntou ao padre Marcelo Rossi (foto): - O que o assustaria mais: um Brasil que deixasse de crer em Deus ou um Brasil crente em que a Iurd fosse maioritária? A resposta foi enfática: - Não acredito que isso possa acontecer. Nunca. O Brasil não vai deixar que isso aconteça. Rossi foi evasivo ao responder se está ou não preocupado com o avanço no Brasil dos evangélicos protestantes. “Há igrejas e igrejas”, disse. “Uma coisa são as igrejas tradicionais evangélicas e outra são as seitas.” O padre foi entrevistado por Leonardo Ralha a propósito do lançamento em Portugal do seu livro 'Ágape'. Ele disse ter ficado surpreso com das vendas do livro no Brasil – mais de sete milhões de exemplares, contra a expectativa dele de um milhão. Atribuiu o sucesso do livro à sua tentativa de mostrar às pessoas um resumo dos dez mandamentos: “amar a Deus sobre todas as

Profecias de fim do mundo

O Juízo Final, no afresco de Michangelo na Capela Sistina 2033 Quem previu -- Religiosos de várias épocas registraram que o Juízo Final ocorrerá 2033, quando a morte de cristo completará 2000. 2012 Quem previu – Religiosos e teóricos do apocalipse, estes com base no calendário maia, garantem que o dia do Juízo Final ocorrerá em dezembro, no dia 21. 2011 Quem previu – O pastor americano Harold Camping disse que, com base em seus cálculos, Cristo voltaria no dia 21 de maio, quando os puros seriam arrebatados e os maus iriam para o inferno. Alguns desastres naturais, como o terremoto seguido de tsunami no Japão, serviram para reforçar a profecia. O que ocorreu - O fundador do grupo evangélico da Family Radio disse estar "perplexo" com o fato de a sua profecia ter falhado. Ele virou motivo de piada em todo o mundo. Camping admitiu ter errado no cálculo e remarcou da data do fim do mundo, que será 21 de outubro de 2011. 1999 Quem previu – Diversas profecias

Dawkins é criticado por ter 'esperança' de que Musk não seja tão estúpido como Trump