jornalista
Pesquisa da Universidade de São Paulo (USP) analisa imóveis ociosos no centro da capital paulista e mostra que a maioria dos proprietários desses bens são herdeiros ligados à história do desenvolvimento do Estado, da expansão cafeicultora e da indústria na cidade, além de instituições religiosas.
A pesquisadora responsável pelo estudo, Ana Gabriela Akaishi, deu um nome para esse perfil: “arcaico setor proprietário rentista imobiliário”.
Segundo ela, não é possível afirmar que esses imóveis estão ociosos devido à expectativa de ganhos futuros por parte dos proprietários, a especulação imobiliária.
No entanto, os problemas atrelados a esses proprietários dificultam a comercialização e o uso social desses lugares.
"O Centro, sendo a região da cidade mais antiga, carrega historicamente muitos problemas e várias questões que envolvem, por exemplo, inventário mal resolvidos, espólio, imóveis em nome de pessoas faleceram há muito tempo e isso não foi atualizado nem repassado para os herdeiros. Ou mesmo no caso das instituições religiosas e associações beneficentes, eles não têm o departamento que cuide desses imóveis", explica Ana Gabriela.
Existem legislações e ações para dar uso a esses imóveis. Desde 2013 em São Paulo, por exemplo, a prefeitura realiza uma fiscalização e notifica os proprietários dos imóveis ociosos.
"Esse departamento tem a atribuição de aplicar um instrumento que notifica os proprietários desse imóveis ociosos. Então, primeiro faz um levantamento, vistoria, vê se o imóvel está ocioso mesmo, notifica o proprietário desse imóvel e esse proprietário tem umas obrigações para cumprir. Por exemplo, se é um prédio sem uso, ele tem um ano para dar uso ao imóvel. Se é um terreno vazio, ele tem um ano para apresentar na prefeitura um projeto de uma nova construção para aquele problema. Caso ele não cumpra nesse prazo, o IPTU dele começa a aumentar", disse a pesquisadora.
Para a pesquisadora, as ocupações de movimentos sociais em prédios abandonados são importantes para trazer luz e propor soluções ao poder publico sobre o problema.
Em uma das soluções do poder público para o problema, o Movimento Sem-Teto do Centro (MSTC) conseguiu este ano a regularização de seus moradores na chamada Ocupação 9 de Julho.
O prédio ocupado pelo movimento estava abandonado havia mais de 20 anos e se transformou numa ocupação em 2016. Posteriormente, o prédio foi incluído no Programa Minha Casa, Minha Vida e este ano os moradores receberam os contratos do programa habitacional.
De acordo com dados mais recentes da Secretaria de Urbanismo, mais de 1.360 imóveis ociosos foram notificados em toda a cidade de São Paulo em 2022.
Para a pesquisadora, as ocupações de movimentos sociais em prédios abandonados são importantes para trazer luz e propor soluções ao poder publico sobre o problema.
Em uma das soluções do poder público para o problema, o Movimento Sem-Teto do Centro (MSTC) conseguiu este ano a regularização de seus moradores na chamada Ocupação 9 de Julho.
O prédio ocupado pelo movimento estava abandonado havia mais de 20 anos e se transformou numa ocupação em 2016. Posteriormente, o prédio foi incluído no Programa Minha Casa, Minha Vida e este ano os moradores receberam os contratos do programa habitacional.
De acordo com dados mais recentes da Secretaria de Urbanismo, mais de 1.360 imóveis ociosos foram notificados em toda a cidade de São Paulo em 2022.
> A Radio Nacional é uma emissora mantida pelo governo federal. A foto é de Rovena Rosa / Agência Brasil.
• Vaticano mantém imóveis vazios em vez de abrigar os sem teto
• Vaticano comprou imóveis com dinheiro de Mussolini
• Sacerdotes alugam imóveis do Vaticano para bordéis
Comentários
Postar um comentário