O reclamante recorreu à lei aprovada para remover das escolas livros que defendem a inclusão e a diversidade cultural
O pai, cujo nome ele não libera para divulgação, recorreu a uma lei estadual aprovada para remover das bibliotecas escolares livros "indecentes" e "pornográficos". Entre os autores desse material, há negros e LGBTQIA+ que promovem a inclusão e a diversidade cultural.
Pai preencheu 9 páginas com versículos 'pornográficos' |
No pedido que protocolou no distrito escolar de Davis em 11 de dezembro de 2022, o pai transcreveu em 9 páginas versículos "inaceitáveis" pelo teor da lei, acrescentando que, sob esse aspecto, a Bíblia é um dos livros que mais contêm sexo.
Administrado pelo Partido Republicano e sede da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Igreja Mórmon, Utah alinha-se aos Estados mais conservadores dos Estados Unidos.
Entre outros casos, em 2021 o Departamento de Justiça dos EUA comprovou que o distrito escolar de Davis ignorou durante anos "assédio racial sério e generalizado".
A aprovação pelos parlamentares da "lei da exclusão dos livros indecentes" teve o apoio do Utah Parents United, um grupo conservador que diz defender nas escolas os direitos dos pais.
Para o pai reclamante, trata-se, na verdade, de um grupo de ódio supremacista branco. Ele foi irônico ao escrever, na petição, que agradece o Legislativo e o Parents por aprovarem a lei, tornando "mais fácil e eficiente" o processo de proibição da Bíblia nas escolas. "Agora todos nós podemos proibir livros e sem precisar lê-los."
O pai acredita que o seu pedido será aceito pelas autoridades porque já foram banidos das escolas livros que possuem indicação de ofensas bem menos que a Bíblia.
“Incesto, onanismo, bestialidade, prostituição, mutilação genital, felação, vibradores, estupro e até infanticídio”, disse o pai, referindo-se ao conteúdo da Bíblia. "Tire essa pornografia de nossas escolas.”
Chris Williams, porta-voz do distrito escolar, informou que o pedido pela retirada da Bíblia das escolas está sendo examinado como qualquer outro. “Não tiramos conclusões precipitadas, passamos por todo o processo. Não descartamos um pedido porque achamos ser bobagem.”
Até agora, houve 81 pedidos, com a remoção de 33 livros. Outros 30 livros estão sob escrutínio por comitês constituídos para tal fim.
> Com informação de News Nation, The Salt Lake Tribune e outras fontes.
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