PAULO LOPES
jornalista
Diante de críticas na rede social a essa manifestação de intolerância, a igreja removeu os vídeos de sua plataforma, mas eles já tinham sido copiados pela AvoidJW.org, uma organização que coleta documentos referentes aos ex-fiéis que são vítimas do ostracismo pregado por essa religião.
Os vídeos foram apresentados durante a palestra de Corey Wadlington sobre por que os fiéis têm de manter distância de renegados.
Mas a justificação da filha para não ter contato com a mãe chocou formadores de opinião, porque sempre se ouve que as religiões defendem a união da família, não se imaginando haver uma é que pelo desmantelamento em muitos casos.
Em um dos vídeos (abaixo), a mãe liga para Elsa e pede: "Por favor, atenda. Sinto muito a sua falta. Eu só quero ouvir a sua voz".
Em um dos vídeos (abaixo), a mãe liga para Elsa e pede: "Por favor, atenda. Sinto muito a sua falta. Eu só quero ouvir a sua voz".
Diante da foto da mãe na tela do celular, Elsa não diz nada, desliga o aparelho e pensa: "É uma luta tão grande. Sinto falta dela. Ela me ensinou a verdade, me deu vida estável. Ela era minha amiga mais próxima. Qual é o mal em ligar às vezes conversar? Talvez eu possa até ajudá-la a voltar para Jeová".
Mas Elsa não liga para mãe sequer para dizer que "Jeová sempre estará de braços abertos para ela", coisas assim. O que, de certa fora, faz sentido, porque esse deus e suas testemunhas são implacáveis e vingativos.
O outro vídeo (abaixo) mostra a filha se conformando com a rejeição à mãe.
Em um Salão do Reino, ela ouve um orador que fala sobre a paciência que Abel teve para esperar que Deus cumprisse suas promessas. Abel é apontado como "órfão espiritual" para forçar uma comparação com Elsa.
Na continuação do vídeo, a moça se pergunta em off: "O que Jeová me prometeu se eu tiver paciência [com a situação de rompimento com a mãe]?"
Ela olha em torno é vê outros fiéis — irmãos "espirituais", irmãs e mães. E essa seria a resposta de Jeová para validar o descarte da mãe com saudades da filha.
Mas Elsa não liga para mãe sequer para dizer que "Jeová sempre estará de braços abertos para ela", coisas assim. O que, de certa fora, faz sentido, porque esse deus e suas testemunhas são implacáveis e vingativos.
O outro vídeo (abaixo) mostra a filha se conformando com a rejeição à mãe.
Em um Salão do Reino, ela ouve um orador que fala sobre a paciência que Abel teve para esperar que Deus cumprisse suas promessas. Abel é apontado como "órfão espiritual" para forçar uma comparação com Elsa.
Na continuação do vídeo, a moça se pergunta em off: "O que Jeová me prometeu se eu tiver paciência [com a situação de rompimento com a mãe]?"
Ela olha em torno é vê outros fiéis — irmãos "espirituais", irmãs e mães. E essa seria a resposta de Jeová para validar o descarte da mãe com saudades da filha.
A mensagem que o vídeo passa é que Elsa não precisa da mãe biológica porque tem a igreja e Jeová, os quais a substituem. Macabro, isso.
Ao final do vídeo, a mãe telefona para Elsa, que, desta vez, nem sequer atende. A lavagem cerebral está feita.
A rejeição da filha a sua mãe é tão sofrida, para as duas, que as Testemunhas de Jeová produziram, afinal, dois vídeos cujo efeito, para a Igreja, é um tiro de canhão pela culatra. Dá para entender porque o fanatismo não se esmera pela sutileza, mas pela estupidez.
É óbvio que as Testemunhas de Jeová, como outros sistemas de crenças, se encontram em grande descompasso nestes tempos de aglutinação e inclusão, e tendem a minguar, sangrando aos poucos, perdendo fiéis, até desaparecer.
> Com informação e vídeo da AvoidJW.org e de outras fontes.
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Comentários
Não há como sair do planeta, nem há local pra onde ir, nem como lidar com as transformações necessárias pra torná-lo sustentável.
Com 8 bilhões de habitantes e 7 bilhões de tementes a deus, não há chance de acordo.
Estamos condenados à nossa ignorância.
Vamos destruir nosso ninho, nosso habitat, por pura superstição e intolerância.
Eu, particularmente, acho isso interessante. Pois demonstra quem somos: animais grupais e intolerantes que só querem levar vantagens contra outros sem se preocupar com o todo.
Então, que venha a destruição!
Apesar de serem uma minoria, as TJ são uma religião muito bem estruturada, composta por milhões de pessoas, e com uma taxa de crescimento positivo todos os anos. Uma das características mais marcantes da religião é o apego aos seus valores, independentemente das críticas da sociedade. E é exatamente isso que atrai muitos membros.
Além disso, as TJ têm uma enorme experiência coletiva em lidar com as calúnias de inimigos poderosos. Hitler, Salazar, Mussolini, Stalin e muitos outros perseguiram ferozmente os fiéis da religião, mas não tiveram sucesso. As campanhas de difamação nos órgãos de comunicação social apenas serviram para despertar a curiosidade das pessoas e, por conseguinte, contribuir para o aumento de fiéis da religião.
Há anos que se fala mal das TJ. As acusações são horríveis, tais como negar tratamento médico aos filhos. Afetou o crescimento das TJ? Não. Mais recentemente, surgiram acusações de encobrimento de pedofilia, de separação de famílias, etc. Afetou o crescimento das TJ? Não. As atividades religiosas do grupo continuam a ser realizadas de forma tranquila e constante, ao mesmo tempo que um número considerável de jovens batizam-se a cada ano.
É verdade que o mundo caminha para a secularização. Mas nenhuma religião com milhões de membros, devidamente estruturada, e com liderança forte, irá "sangrar aos poucos, perdendo fiéis, até desaparecer", como deseja o autor. Dizer isso é ignorar a natureza humana e a capacidade que as religiões têm de se reinventar.
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