Mayana Zatz, geneticista e bióloga molecular, alerta que essas drogas não são a solução para todas as pessoas obesas
JORNAL DA USP
Esses medicamentos mimetizam um hormônio, o glucagon-like peptide (GLP-1), liberado pelo intestino, e que atua no controle do apetite. Uma dessas drogas, que foi aprovada somente para o tratamento específico de diabete tipo 2, está sendo prescrita como um agente para perda de peso.
Um artigo publicado na Nature News comenta o que está se observando em relação a essas novas drogas. Uma primeira pesquisa foi publicada em 2021, na revista The New England Journal of Medicine.
Um artigo publicado na Nature News comenta o que está se observando em relação a essas novas drogas. Uma primeira pesquisa foi publicada em 2021, na revista The New England Journal of Medicine.
Uma das drogas teve efeito em um terço dos participantes, que perdeu pelo menos 20% do seu peso. Outra droga conseguiu o mesmo efeito em cerca de metade dos pacientes.
“Embora os resultados sejam animadores, essas observações mostram que essas drogas não são a solução para todas as pessoas obesas. É mais um exemplo da importância da farmacogenômica, ou seja, a resposta individual a drogas”, afirma Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos sobre o Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) da USP.
Zatz diz que ainda não sabe a consequência do uso desses remédios no longo prazo |
Outro estudo clínico mostrou que as pessoas que interromperam o tratamento após 20 semanas recuperaram praticamente todo o peso que haviam perdido, enquanto aquelas que não interromperam a medicação continuaram a perder peso.
A obesidade é considerada hoje uma doença crônica e, por isso, as medicações estão sendo recomendadas a longo prazo. “Mas ninguém sabe ainda quanto tempo significa esse longo prazo”, explica a geneticista.
Mayana aponta outro tema importante. “Como o genoma das pessoas obesas poderia interferir nos resultados desses estudos? E também, é claro, quanto os maus hábitos alimentares, desde a infância, contribuem para o sobrepeso e a obesidade? São questões ainda a serem esclarecidas”, finaliza.
> Com informação da revista the New England Journal of Medicine.
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