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Brasil tem pelo menos 1,76 milhão de pessoas com demência

A contagem leva em conta as pessoas com mais de 60 anos, faixa etária onde se encontra a maioria dos casos; na América Latina, ocorrência vai triplicar até 2050



Ao menos 1,76 milhão de pessoas com mais de 60 anos têm alguma forma de demência no Brasil. É o que revela a revista Pesquisa FAPESP em julho de 20223.

A estimativa está em um relatório elaborado por especialista em neurologia, geriatria e saúde mental para o Ministério da Saúde com o intuito de mobilizar o governo e contribuir para criar uma estratégia de ação nacional para lidar com o tema.

Segundo o documento, a maior parte dos afetados – uma fração ainda não bem conhecida que, segundo especialistas, pode superar 70% do total – nem sequer tem diagnóstico, o que os impede de receber tratamento adequado para ajudar a controlar as alterações de memória, raciocínio, humor e comportamento que surgem com a progressão da doença.

Doença afeta
psicologicamente
também a família

Em boa parte do mundo, a melhora das condições de vida no último século vem permitindo a mais gente viver mais. Em 2005, havia no mundo cerca de 670 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, o equivalente a 10% do total. 

Em 2050, segundo projeções da Organização das Nações Unidas (ONU), serão quase 2 bilhões, ou 22% da humanidade. Mas os países não serão afetados de modo homogêneo. 

Os casos de demência devem aumentar proporcionalmente mais em nações de média e baixa renda – na América Latina vão triplicar –, sobrecarregando os sistemas de saúde e as famílias.

A demência é uma das principais causas de incapacitação de idosos e gera um impacto físico, psicológico, social e econômico tanto para as pessoas com a doença como para quem cuida delas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019 foi gasto no mundo US$ 1,3 trilhão para atender a pessoas com demência.

A revista traz reportagem sobre um medicamento originalmente indicado para tratar diabetes – conhecido como exenatida-4 – que tem sido apontado como a nova promessa para prevenir e até reverter os danos causados pela doença de Alzheimer. 

Administrada a camundongos geneticamente alterados para apresentar os efeitos típicos da enfermidade neurodegenerativa, a droga reverteu os danos no cérebro e melhorou a memória dos roedores. Resultados semelhantes estão sendo observados nos experimentos ainda em andamento com macacos.

> Todo o conteúdo pode ser acessado gratuitamente em: https://mailchi.mp/fapesp/demencia-atinge-ao-menos-1-76-milhao-de-pessoas-no-brasil?e=149c1d9372.

• Em 2022, idosos representaram 10,5% da população, informa IBGE

• Ancestralidade africana pode amenizar risco genético do Alzheimer

• Ferramenta ajuda pacientes com Alzheimer a preservar a memória

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