Sem comprovação científica, o tratamento à base de ozônio passou pelo Congresso e foi sancionado pelo presidente
A presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia, Margareth Dalcolmo, disse que a comunidade científica vai recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) se o presidente Lula não recuar da sanção que deu à lei que regulamenta a pseudociência ozonioterapia.
"Vejo essa decisão com muita tristeza e decepção", disse ela ao GloboNews.
Não há nenhuma comprovação científica de que ozonioterapia cure enfermidades.
Dalcolmo disse que já tinha pedido ao Ministério da Saúde para que essa pseudociência não fosse reconhecida.
Lembrou haver precedente no Supremo, que decidiu pela inconstitucionalidade da lei que autorizava o uso da fosfoetanolamina sintética em tratamento contra o câncer.
“Muito lamentável”, diz a presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia, Margareth Dalcolmo, sobre autorização presidencial para o uso da ozonioterapia. “Coloca em risco uma população indefesa, com muita pouca informação”.
A reação de cientistas tem sido de indignação, porque esperavam que o Governo Lula daria um basta ao negacionismo que prosperou durante a época do presidente Bolsonaro.
A microbiologista Natália Pasternak, por exemplo, criticou Lula por passar por cima da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
"Depois de ser aplaudido como o presidente que trouxe a ciência de volta, Lula mostra que o amor à ciência acaba quando a conveniência política bate à porta", disse ela em vídeo que postou nas redes sociais.
Em nota, a Anvisa esclareceu que a ozonioterapia só é autorizada para casos "dentística, periodontia, endodontia, cirurgia odontológica e assepsia da pele em estética".
José Eduardo Lutaif Dolci, diretor científico da AMD (Associação Médica Brasileira), confirmou que a terapia experimental do ozônio só deve ser aplicada à limpeza de pele e desinfecção de feridas.
"A lei aprovada não dá um cheque em branco para que as pessoas usem a ozonioterapia para qualquer tratamento, como o câncer, diabete e rejuvenescimento. Não somos contrários ao uso complementar da terapia para casos aprovados pela Anvisa, somos contrários ao uso indiscriminado da ozonioterapia, algo que pode ser propagado mediante a aprovação da lei.”
O jornalista Hélio Schwartsman, da Folha, escreveu que "O Congresso e o PT não resistem a um populismozinho sanitário".
"Foi sob Lula 1 que o SUS abraçou as PICs, práticas integrativas e complementares, que é o nome pomposo para um conjunto de crenças sanitárias para as quais existe pouco ou nenhum suporte científico, como aromaterapia, crenoterapia ou a cura pelo toque. E foi sob o governo Dilma que o Parlamento aprovou e a então presidente sancionou a lei que liberava a fosfoetanolamina, a famigerada pílula do câncer que não age sobre o câncer."
> Com informação da GloboNews, Anvisa, Folha e outras fontes.
A presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia, Margareth Dalcolmo, disse que a comunidade científica vai recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) se o presidente Lula não recuar da sanção que deu à lei que regulamenta a pseudociência ozonioterapia.
"Vejo essa decisão com muita tristeza e decepção", disse ela ao GloboNews.
Não há nenhuma comprovação científica de que ozonioterapia cure enfermidades.
Dalcolmo disse que já tinha pedido ao Ministério da Saúde para que essa pseudociência não fosse reconhecida.
Lembrou haver precedente no Supremo, que decidiu pela inconstitucionalidade da lei que autorizava o uso da fosfoetanolamina sintética em tratamento contra o câncer.
“Muito lamentável”, diz a presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia, Margareth Dalcolmo, sobre autorização presidencial para o uso da ozonioterapia. “Coloca em risco uma população indefesa, com muita pouca informação”.
A reação de cientistas tem sido de indignação, porque esperavam que o Governo Lula daria um basta ao negacionismo que prosperou durante a época do presidente Bolsonaro.
A microbiologista Natália Pasternak, por exemplo, criticou Lula por passar por cima da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
"Depois de ser aplaudido como o presidente que trouxe a ciência de volta, Lula mostra que o amor à ciência acaba quando a conveniência política bate à porta", disse ela em vídeo que postou nas redes sociais.
Em nota, a Anvisa esclareceu que a ozonioterapia só é autorizada para casos "dentística, periodontia, endodontia, cirurgia odontológica e assepsia da pele em estética".
José Eduardo Lutaif Dolci, diretor científico da AMD (Associação Médica Brasileira), confirmou que a terapia experimental do ozônio só deve ser aplicada à limpeza de pele e desinfecção de feridas.
"A lei aprovada não dá um cheque em branco para que as pessoas usem a ozonioterapia para qualquer tratamento, como o câncer, diabete e rejuvenescimento. Não somos contrários ao uso complementar da terapia para casos aprovados pela Anvisa, somos contrários ao uso indiscriminado da ozonioterapia, algo que pode ser propagado mediante a aprovação da lei.”
O jornalista Hélio Schwartsman, da Folha, escreveu que "O Congresso e o PT não resistem a um populismozinho sanitário".
"Foi sob Lula 1 que o SUS abraçou as PICs, práticas integrativas e complementares, que é o nome pomposo para um conjunto de crenças sanitárias para as quais existe pouco ou nenhum suporte científico, como aromaterapia, crenoterapia ou a cura pelo toque. E foi sob o governo Dilma que o Parlamento aprovou e a então presidente sancionou a lei que liberava a fosfoetanolamina, a famigerada pílula do câncer que não age sobre o câncer."
> Com informação da GloboNews, Anvisa, Folha e outras fontes.
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