Pular para o conteúdo principal

Conservação dos oceanos se encaixa no currículo escolar, mostra estudo

A Base Nacional Comum Curricular possibilita que os princípios da cultura oceânica sejam abordados pelas escolas de forma interdisciplinar


AGÊNCIA BORI

Oceano é um tema interdisciplinar, que pode ser acionado em diversas competências e habilidades previstas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o ensino médio. Assim, escolas de todo o Brasil tem potencial para incorporar em seus currículos aspectos como a importância da conservação do oceano para a sobrevivência humana.

A constatação é de estudo publicado nesta sexta (4) na revista “Ambiente & Sociedade” por pesquisadores da Universidade Federal do ABC (UFABC) e da Universidade de São Paulo (USP).

A equipe do estudo verificou a intersecção entre as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular na área de Ciências da Natureza e os Princípios da Cultura Oceânica, termo que se refere a iniciativas de valorização e conscientização sobre o ambiente marinho.

Diferentes disciplinas
levam os estudantes
à compreensão
dos oceanos

Conforme Natalia Ghilardi-Lopes, professora da UFABC e uma das autoras do estudo, a equipe se reuniu durante um ano para a construção de uma tabela em que identificaram uma grande quantidade de relações entre cada uma das habilidades referentes às competências específicas da BNCC e cada um dos subitens dos sete princípios da cultura oceânica. 

“Para algumas competências e princípios não foi possível a identificação de relações, mas isso não quer dizer que elas não existam”, ressalta a autora.

“O conhecimento oceânico demanda a mobilização de diferentes disciplinas para que a gente consiga ter uma compreensão ampla dos processos que ali ocorrem”, diz Ghilardi-Lopes.

O estudo também destaca a complexidade do tema e a possibilidade de se trabalhar o raciocínio lógico do fazer científico como fatores que facilitam a abordagem sobre o oceano em sala de aula. 

“Educandos com pensamento sistêmico ou pensamento complexo podem compreender que a perda de uma espécie marinha ou um impacto sobre ela pode desequilibrar todas as cadeias alimentares no ambiente marinho, alterar o funcionamento desse ecossistema e, até mesmo, afetar o clima do planeta”, ilustra o artigo.

Ghilardi-Lopes explica que o reconhecimento da biodiversidade marinha e a interligação entre o oceano e a humanidade são os princípios que podem ser mais facilmente inseridos no currículo da educação básica, pois já são naturalmente trabalhados por docentes de ciência e biologia. Eles correspondem a competências específicas da Base Nacional Comum Curricular como a análise de fenômenos naturais e processos tecnológicos para a proposição de ações individuais e coletivas que minimizem impactos socioambientais.

O artigo incentiva a formação de educadores e a elaboração de propostas pedagógicas que considerem a transversalidade dos conteúdos sobre o oceano. Ghilardi-Lopes conta que a pesquisa foi motivada por um curso de extensão sobre temas oceânicos oferecido na UFABC a educadoras e educadores do Brasil e de Portugal. 

“Alguns profissionais, especialmente de escolas litorâneas, já tinham familiaridade com o tema. Mas, em geral, os participantes do curso relataram sentir falta de materiais didáticos sobre o oceano”, diz a pesquisadora, que também ressalta o apoio da gestão escolar como fundamental para a inserção do tópico nos planos de ensino.

Ghilardi-Lopes lembra que estamos na Década das Nações Unidas da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável, que se estende até 2030, um momento propício para discutir a aplicação do conhecimento científico oceânico na vida cotidiana. 

“O estudo traz subsídios para a tomada de decisão, como para secretarias de educação de municípios, para incorporar o oceano no currículo escolar”, exemplifica a autora. 

A pesquisadora destaca que as relações identificadas na pesquisa têm base na formação dos autores, que atuam na área de Ciências da Natureza, e encoraja a realização do exercício por outras áreas da educação básica que também podem abordar o conhecimento oceânico.

Comentários

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Dawkins é criticado por ter 'esperança' de que Musk não seja tão estúpido como Trump

Tibetanos continuam se matando. E Dalai Lama não os detém

O Prêmio Nobel da Paz é "neutro" em relação às autoimolações Stephen Prothero, especialista em religião da Universidade de Boston (EUA), escreveu um artigo manifestando estranhamento com o fato de o Dalai Lama (foto) se manter neutro em relação às autoimolações de tibetanos em protesto pela ocupação chinesa do Tibete. Desde 16 de março de 2011, mais de 40 tibetanos se sacrificaram dessa dessa forma, e o Prêmio Nobel da Paz Dalai Lama nada fez para deter essa epidemia de autoimolações. A neutralidade, nesse caso, não é uma forma de conivência, uma aquiescência descompromissada? Covardia, até? A própria opinião internacional parece não se comover mais com esse festival de suicídios, esse desprezo incandescente pela vida. Nem sempre foi assim, lembrou Prothero. Em 1963, o mundo se comoveu com a foto do jornalista americano Malcolm Wilde Browne que mostra o monge vietnamita Thich Quang Duc colocando fogo em seu corpo em protesto contra a perseguição aos budistas pelo

TJs perdem subsídios na Noruega por ostracismo a ex-fiéis. Duro golpe na intolerância religiosa

Jornalista defende liberdade de expressão de clérigo e skinhead

Título original: Uma questão de hombridade por Hélio Schwartsman para Folha "Oponho-me a qualquer tentativa de criminalizar discursos homofóbicos"  Disputas eleitorais parecem roubar a hombridade dos candidatos. Se Fernando Haddad e José Serra fossem um pouco mais destemidos e não tivessem transformado a busca por munição contra o adversário em prioridade absoluta de suas campanhas, estariam ambos defendendo a necessidade do kit anti-homofobia, como aliás fizeram quando estavam longe dos holofotes sufragísticos, desempenhando funções executivas. Não é preciso ter o dom de ler pensamentos para concluir que, nessa matéria, ambos os candidatos e seus respectivos partidos têm posições muito mais próximas um do outro do que da do pastor Silas Malafaia ou qualquer outra liderança religiosa. Não digo isso por ter aderido à onda do politicamente correto. Oponho-me a qualquer tentativa de criminalizar discursos homofóbicos. Acredito que clérigos e skinheads devem ser l

Veja os 10 trechos mais cruéis da Bíblia

Profecias de fim do mundo

O Juízo Final, no afresco de Michangelo na Capela Sistina 2033 Quem previu -- Religiosos de várias épocas registraram que o Juízo Final ocorrerá 2033, quando a morte de cristo completará 2000. 2012 Quem previu – Religiosos e teóricos do apocalipse, estes com base no calendário maia, garantem que o dia do Juízo Final ocorrerá em dezembro, no dia 21. 2011 Quem previu – O pastor americano Harold Camping disse que, com base em seus cálculos, Cristo voltaria no dia 21 de maio, quando os puros seriam arrebatados e os maus iriam para o inferno. Alguns desastres naturais, como o terremoto seguido de tsunami no Japão, serviram para reforçar a profecia. O que ocorreu - O fundador do grupo evangélico da Family Radio disse estar "perplexo" com o fato de a sua profecia ter falhado. Ele virou motivo de piada em todo o mundo. Camping admitiu ter errado no cálculo e remarcou da data do fim do mundo, que será 21 de outubro de 2011. 1999 Quem previu – Diversas profecias

Mãe evangélica ora para Deus e diabo e degola filho de 5 anos

Elizete diz que  ouve vozes Com uma serenidade pontuada por timidez e com frases bem construídas, aparentemente com nexo, Elizete Feitosa de Sousa (foto), 26, se mostrou em uma entrevista estar em seu pleno controle mental, até quando disse que ouvia vozes mandando que matasse seus dois filhos. Na noite de domingo (21), no assentamento Califórnia, a 10 km de Açailândia (MA), Elizete degolou Jonas, 5, o caçula. O assentamento tem 13 anos e é administrado pelo MST. Açailândia tem cerca de 100 mil habitantes e fica a 600 km de São Luis. “Eu premeditei”, disse Elizete. Ela esperou o filho dormir, rezou de joelhos para Deus e o diabo e passou uma faca de cozinha no pescoço de Jonas. “Ele abriu os olhos e aí um pus mais força (na faca) para que não sofresse.” A polícia ficou sabendo da morte do menino pelo agente funerário ao qual a família de Elizete tinha encomendado um caixão. Elizete disse que na verdade teria de matar um vizinho que, entre outros, debochava dela quand

Maioria jamais será ateia nem fiel da Iurd, diz padre Marcelo

Para Rossi, Deus não reconhece casal de gays como família O jornal Correio da Manhã, de Portugal, perguntou ao padre Marcelo Rossi (foto): - O que o assustaria mais: um Brasil que deixasse de crer em Deus ou um Brasil crente em que a Iurd fosse maioritária? A resposta foi enfática: - Não acredito que isso possa acontecer. Nunca. O Brasil não vai deixar que isso aconteça. Rossi foi evasivo ao responder se está ou não preocupado com o avanço no Brasil dos evangélicos protestantes. “Há igrejas e igrejas”, disse. “Uma coisa são as igrejas tradicionais evangélicas e outra são as seitas.” O padre foi entrevistado por Leonardo Ralha a propósito do lançamento em Portugal do seu livro 'Ágape'. Ele disse ter ficado surpreso com das vendas do livro no Brasil – mais de sete milhões de exemplares, contra a expectativa dele de um milhão. Atribuiu o sucesso do livro à sua tentativa de mostrar às pessoas um resumo dos dez mandamentos: “amar a Deus sobre todas as