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Por que as Testemunhas de Jeová são organização de exploração humana, segundo ex-fiéis

Vítimas das Testemunhas de Jeová da Argentina associam essa religião às organizações de tráfico e exploração de pessoas


Ex-fiéis das Testemunhas de Jeová da Argentina incluíram a sua antiga religião no âmbito da vigilância do Comitê Executivo de Combate ao Tráfico e Exploração humana, porque, para eles, trata-se de uma organização coercitiva.

A Associação Argentina de Vítimas das Testemunhas de Jeová afirma que a definição de organizações coercitivas do comitê se aplica às TJs: “São grupos totalitários, com estrutura hierárquica, com doutrina e funcionamento grupal específicos, que, por meio de técnicas de persuasão coercitiva, vão exigindo progressivamente de seus seguidores excessiva convicção, devoção e dedicação a uma pessoa. [...] Atuam sob um funcionamento grupal codependente e uma relação institucionalizada de dominação e controle; sempre em benefício de um líder (ou líderes), em detrimento da estrutura familiar de origem ou rede social anterior dos seguidores”.

Com base em uma cartilha que o Comitê de Exploração Humana produziu para alertar a população, a Associação das Vítimas destacou um conjunto de características que vale para as TJs. Algumas delas também servem para definir seitas.

Manifestação
de ex-TJs em
Buenos Aires

Principais características de organizações abusivas


1 — Há uma hierarquia que monopoliza as decisões. No caso das TJs, ela se chama Corpo Governante.

2 — A doutrina é propagada por um guru ou líder ou ainda um colegiado, como o Corpo Governante. No caso das TJs, a doutrina prevê a instituição de um governo celestial na Terra, após um apocalipse.

3 — Existe um rígido controle interno e um descolamento das leis, para encobrir, inclusive, crimes graves. Entidades coercitivas geralmente têm métodos próprios de justiça.

4 — O controle sobre os integrantes da organização é total, havendo, da parte deles, temor de sofrer punição. Nas Testemunhas de Jeová, contestar a doutrina é o mesmo que afrontar Deus.

5 — Há a imposição de uma única realidade, não existindo sequer a abordagens de outras perspectivas. Para Testemunhas de Jeová, aqueles que não pensam igual a eles são "mundanos".

6 — A fixação de uma realidade imutável impõe normas e padrão de comportamento e preferências por determinadas roupas e músicas.

7 — Os integrantes das organizações são incentivados a não manter contatos frequentes com os "mundanos", isolando-se inclusive de familiares e amigos. Quando alguém sai ou é expulso, ele é submetido ao ostracismo.

8 — A organização explora as vulnerabilidades de seus integrantes, como estratégia de manter as rédeas de controle. Esses momentos de fraquezas ocorrem principalmente no luto e em períodos de doenças e dificuldades financeiras.

Com informação do site Vive La Plata, do Comite de Combate à Exploração Humana e de outras fontes.

• Testemunhas de Jeová dizem que excluídos da religião têm doença contagiosa grave

• Testemunhas de Jeová removem vídeos em que filha rejeita mãe desassociada

Comentários

K disse…
O título é autoexplicativo. A expressão "segundo ex-fiéis" ilustra adequadamente o grau de confiabilidade e imparcialidade das informações. :)
Paulo Lopes disse…
K, como sou o autor do título, agradeço o elogio. Um título tem de ser mesmo autoexplicativo. Mas ainda assim, para algumas pessoas -- incluindo aquelas que fingem não ter compreensão --, é preciso uma explicação, uma redundância, no caso. É claro que os caras são ex-fiéis: eles se perceberam vítimas de uma organização maléfica e caíram fora. Porque é preciso ser estúpido saber que é subjugado e não fazer nada, não é mesmo? Você queria o quê? Que fiéis denunciassem a igreja? Outra coisa: na próxima vez que vier aqui, aborde o cerne da questão, não fuja pela lateral. Mas duvido que você seja capaz de tanto, porque as minhas informações são baseadas em fatos. Como a existência de uma multidão cada maior de ex-TJs.
K disse…
Prezado Paulo Lopes,

Em diversas ocasiões, participei de discussões neste espaço, na expectativa de envolver-me em debates construtivos e equilibrados. No entanto, as respostas que recebi foram sempre carregadas de ódio e ataques pessoais. Por esse motivo, no meu comentário anterior, optei por adotar uma abordagem mais descontraída relativamente ao título, uma vez que já não espero que os leitores deste site estejam dispostos a participar num diálogo edificante.

Falando agora de forma mais objetiva, o que eu quis dizer é que basear-se exclusivamente em comentários de ex-membros resulta numa perspectiva tendenciosa e unilateral. Embora possam existir experiências negativas entre aqueles que deixaram a religião, também há muitos membros atuais que encontraram significado, apoio e propósito na sua adesão às Testemunhas de Jeová.

Evidentemente, não se pode ignorar que o número de ex-membros das Testemunhas de Jeová está em ascensão. Esse fenómeno representa puramente uma expressão matemática. Afinal, conforme um coletivo expande as suas fileiras, é natural que o corpo de ex-integrantes também se amplie. Tal sequência lógica permeia todas as comunidades, sejam de natureza social, religiosa ou mesmo secular.

Entendo que a imprensa tem um papel importante em trazer à luz questões relevantes, mas é essencial garantir que a abordagem seja imparcial e baseada em informações precisas e diversificadas. As Testemunhas de Jeová são uma comunidade religiosa com milhões de membros em todo o mundo. Como qualquer outra religião, têm uma rica história, valores e ensinamentos que merecem ser respeitados.

A liberdade religiosa é um direito fundamental em sociedades democráticas, e todas as religiões merecem ser tratadas com respeito e objetividade. Ao escrever sobre as Testemunhas de Jeová, sugiro que se busque um equilíbrio entre as vozes dos ex-membros e daqueles que fazem parte da comunidade, a fim de promover uma compreensão mais completa e justa da religião em questão.
Paulo Lopes disse…
K, você reconhece que podem "existir experiências negativas entre aqueles que deixaram a religião". Podem existir? Ora, sr. K, faça o favor para você mesmo aceitando os fatos.
Você fala sobre quem "deixou" a religião, omitindo aqueles que foram "deixados", os expulsos devido a uma doutrina fundamentalista e cruel.

Coragem, K, encare a realidade. Seja também uma testemunha dos fatos. Não faça afirmações como o "fenômeno" da ascensão dos ex-Tjs é "puramente uma expressão matemática" sem apresentar fontes confiáveis. Mostre os dados, K, não seja leviano.

Não tenho nenhum problema de apresentar aqui o ponto de vista de quem segue à risca uma religião com a intenção de obter um cantinho no céu. A publicação dos seus comentários são uma prova disso.

Cada um acredita (ou não) no que quiser, e ninguém tem nada com isso. Ainda assim as instituições religiosas — entre outras — que menosprezam a dignidade humana têm de ser denunciadas por todos que possuem um mínimo de solidariedade.

Você sugere, finalmente, que eu escreva com "equilíbrio", dando voz também àqueles que continuam fiéis.

Ora, K, a sua lógica é vesga, porque você jamais pedirá às publicações da TJs que também divulguem as argumentações do ex-TJs.

De qualquer forma, agradeço a sua tentativa de ser objetivo. Continue tentando.
CBTF disse…
Já passou da hora de proibir essa religião assim como fez a Europa, eles sim são os verdadeiros destruidores da família. Como pode incentivar que mães deixem de falar com filhos, avós e vice e versa, isso é doentio. Lavagem cerebral.
CBTF, seu comentário parece um pouco confuso. Pelo que entendi, você está sugerindo que as Testemunhas de Jeová foram proibidas na Europa. No entanto, vale ressaltar que a religião é legalmente reconhecida em todos os países membros da Comunidade Europeia. Não sei quem foi submetido a "lavagem cerebral".
CBTF disse…
Todos os membros sofrem lavagem cerebral, inclusive pra não denunciar pedofilias. A Rússia proibiu essa seita, assim como Belarus, Polônia, Iugoslávia, Sibéria, e a Finlândia e Dinamarca já enviaram projetos pra vetar a religião nos países, já a Alemanha estuda também prisão para os envolvidos na divulgação das atividades criminosas dos locais.

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