A redução verificada na população em várias espécies está causando desequilíbrio na biodiversidade marinha
GUILHERME CASTRO SOUSA
jornalista
Jornal da USP
Da cultura pop ao noticiário, os tubarões nem sempre são bem-vistos. De acordo com Pollyana Roque, pesquisadora do Instituto Oceanográfico (IO) da USP, “a maioria dos filmes retrata os tubarões como animais terríveis e assustadores”.
GUILHERME CASTRO SOUSA
jornalista
Jornal da USP
Da cultura pop ao noticiário, os tubarões nem sempre são bem-vistos. De acordo com Pollyana Roque, pesquisadora do Instituto Oceanográfico (IO) da USP, “a maioria dos filmes retrata os tubarões como animais terríveis e assustadores”.
A realidade, contudo, é que esses predadores marinhos são mais ameaçados pelos seres humanos que o contrário, muitas de suas espécies estão severamente ameaçadas, o que prejudica a biodiversidade marinha, porque esses animais desempenham funções ecológicas fundamentais.
Pollyana explica que os tubarões são considerados predadores de topo, ou intermediários na teia alimentar, e interferem direta ou indiretamente nas populações marinhas que predam, contribuindo com o equilíbrio do seu ecossistema.
Pollyana explica que os tubarões são considerados predadores de topo, ou intermediários na teia alimentar, e interferem direta ou indiretamente nas populações marinhas que predam, contribuindo com o equilíbrio do seu ecossistema.
Estimativas populacionais para tubarões realizadas anualmente desde o início da década de 70 revelam o declínio no número de indivíduos de várias espécies. Essa diminuição leva a um descontrole nas populações dos animais predados pelos tubarões e um subsequente impacto nos seres vivos encontrados na base da cadeia alimentar.
O colapso populacional dos tubarões está associado à pesca e à captura acidental. A pesquisadora destaca a prática do finning, em que o animal é capturado apenas para retirada de suas nadadeiras, o que movimenta um comércio lucrativo, enquanto o resto do animal é jogado ao mar.
O colapso populacional dos tubarões está associado à pesca e à captura acidental. A pesquisadora destaca a prática do finning, em que o animal é capturado apenas para retirada de suas nadadeiras, o que movimenta um comércio lucrativo, enquanto o resto do animal é jogado ao mar.
Essas ações são ainda mais danosas devido ao crescimento lento, maturidade sexual tardia e geração de poucos descendentes dos tubarões quando comparados a outros peixes, o que os torna ainda mais vulneráveis à pesca predatória.
Das quase 600 espécies conhecidas de tubarões, apenas dez estão envolvidas em incidentes fatais. Esses incidentes são mordidas que ocorrem no habitat natural dos tubarões sem que haja a provocação humana.
Das quase 600 espécies conhecidas de tubarões, apenas dez estão envolvidas em incidentes fatais. Esses incidentes são mordidas que ocorrem no habitat natural dos tubarões sem que haja a provocação humana.
Pollyana aponta que eles podem ocorrer devido a choques involuntários, comportamento de fuga durante condições de baixa visibilidade e curiosidade do animal.
Os tubarões também podem confundir banhistas e surfistas com suas presas naturais. Não entrar no mar com águas turvas, com marés de grande amplitude, nos períodos chuvosos ou no amanhecer e entardecer e não utilizar metais, como pingentes e bijuterias, são algumas dicas da professora para evitar um incidente com esses animais.
Segundo Pollyana Roque, “os tubarões estão no seu ambiente e nós seres humanos estamos entrando nele. Promover a consciência ambiental é o melhor meio de reduzir os incidentes”.
> Com informação do Instituto Oceanográfico da USP.
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