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'Matem todos porque o Senhor conhece aqueles que são seus!' França, 22 de julho de 1209

Por ordem do papa Inocêncio III e com o apoio do Rei Filipe II de França, a Cruzada Albigense matou milhares de pessoas, incluindo as católicas


ROSA RUBOCONDIOR
pseudônimo de escritora, blogueira, bióloga, analista de dados e ateia

Uma das muitas lembranças brutais da história brutal e sangrenta do cristianismo pode ser encontrada na história da cidade francesa de Béziers, às margens do rio Orb, na região de Languedoc, a sudeste de Montpellier, na orla da Camargue.

Parte no sul de Toulouse, a região esteve sob o controle de gregos, romanos, visigodos, muçulmanos mouros da Andaluzia, da Espanha católica e, mais tarde, da França católica.

Até recentemente, a língua local era um dialeto do francês, o occitano, que tem ligações estreitas com o catalão. Isto deu-lhe uma sensação de identidade separada da de França – algo que preocupou o rei Filipe II (1527 - 1598), ansioso por exercer sobre as províncias do Sul o mesmo controle que exercia sobre o Norte.

Béziers é hoje uma pequena cidade mercantil e centro cultural pacífica, mas nem sempre foi assim. Foi, até 1209, um reduto dos cátaros, uma seita religiosa que rejeitava o catolicismo romano e a autoridade do papa, que foi brutalmente reprimida na 'Cruzada Albigense' por ordem do papa Inocêncio III em aliança com o Rei Filipe II de França.

Recém-saídos do sucesso em sitiar e depois massacrar os habitantes de Carcassonne, os cruzados mudaram-se para outras cidades da região, incluindo Béziers.

O Cerco de Béziers foi um evento crucial e infame durante a Cruzada Albigense em 1209. Béziers era uma cidade próspera na região de Languedoc, no Sul da França, conhecida por sua grande população cátara.

Os cruzados católicos, liderados por Simão de Montfort e sob a autoridade do papa Inocêncio III, procuraram capturar a cidade e eliminar a heresia cátara. Aqui está um relato detalhado do Cerco de Béziers:

Em 1208, o papa declarou uma cruzada formal contra os cátaros, rotulando-os de hereges. Simon de Montfort foi nomeado líder da cruzada e iniciou sua campanha para subjugar o reduto cátaro de Béziers, que era um dos principais centros do catarismo no Languedoc.

O cerco de Béziers começou em julho de 1209, com os cruzados cercando a cidade e lançando um forte ataque. As defesas da cidade eram formidáveis, mas o grande número de defensores e civis dentro das muralhas colocava pressão sobre os recursos limitados e o abastecimento de água.

À medida que o cerco continuava, os cruzados pediram a rendição da cidade e ofereceram termos para poupar a vida dos habitantes. A resposta dos líderes da cidade foi uma recusa em entregar os cátaros dentro dos seus muros, afirmando que não trairiam o seu próprio.

Gravura de artista
anônimo sobre o
massacre de Béziers

Em 22 de julho de 1209, os cruzados romperam as defesas da cidade e atacaram Béziers. A situação rapidamente se transformou em caos e violência. Segundo relatos históricos, os cruzados desencadearam um ataque brutal à cidade, sem poupar ninguém no processo.

Fontes relatam que, quando questionados sobre como distinguir os cátaros dos católicos, o abade Arnaud Amalric, no comando da Cruzada, afirmou: “Mate todos eles, Deus conhecerá os seus”.

O resultado foi um banho de sangue, com milhares de pessoas massacradas, independentemente da sua filiação religiosa.

A queda de Béziers teve um impacto profundo no curso da Cruzada Albigense. Enviou uma mensagem poderosa a outras vilas e cidades da região, levando muitos a se renderem sem lutar para evitar um destino semelhante. 

> Com informação dos livros “A Most Holy War: The Albigensian Crusade and the Battle for Christendom, de Mark Gregory Pegg, . e do “The Chronicle of William of Puylaurens: The Albigensian Crusade and its Aftermath.”, Sibly, W.A Sibly e M.D. Sibly, do ChatGpt 3 e de outras fontes e ilustração de imagem postada na rede social.

Comentários

080394080394 disse…
Catolicismo, como também o protestantismo, sempre foram projetos políticos de dominação. OU você era servil à igreja ou "não era um cristão de verdade".

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