Modelo usa impressão tridimensional com materiais de diferentes texturas associado à realidade para treinamento ultrarrealista
IVAN CONTERNO
jornalista
Jornal da USP
Pesquisadores do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da USP, na Divisão de Neurocirurgia, criaram uma simulação ultrarrealista para melhorar as habilidades dos médicos em cirurgias do crânio.
IVAN CONTERNO
jornalista
Jornal da USP
Pesquisadores do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) da USP, na Divisão de Neurocirurgia, criaram uma simulação ultrarrealista para melhorar as habilidades dos médicos em cirurgias do crânio.
O projeto proporciona aos neurocirurgiões a oportunidade de praticar, aprender e planejar cirurgias complexas de forma segura e realista.
O doutorando Rodrigo Pongeluppi tomou como base a cirurgia para a remoção do schwannoma vestibular, um tumor que afeta o equilíbrio e a audição à medida que cresce na base craniana.
Segundo o professor Ricardo Santos de Oliveira, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, o aprendizado hoje depende da disponibilidade de cadáveres para estudo.
A utilização de simuladores na medicina não é uma novidade, mas o projeto é o primeiro a simular neurocirurgias da base do crânio posterior.
A neurocirurgia brasileira é altamente reconhecida internacionalmente. Em 2018, o HCFMRP realizou pela primeira vez a separação de duas gêmeas siamesas unidas pela cabeça.
O doutorando Rodrigo Pongeluppi tomou como base a cirurgia para a remoção do schwannoma vestibular, um tumor que afeta o equilíbrio e a audição à medida que cresce na base craniana.
Na maioria dos casos, esse tumor não é canceroso e não se espalha para outras partes do corpo. No entanto, devido aos sintomas e à pressão que pode exercer sobre o cérebro, ele pode ser removido.
Por ser um tumor grande, cuja retirada ocorre através de um acesso estreito e profundo, a cirurgia é bastante delicada, como ele detalha ao Jornal da USP.
Por ser um tumor grande, cuja retirada ocorre através de um acesso estreito e profundo, a cirurgia é bastante delicada, como ele detalha ao Jornal da USP.
“O acesso é feito próximo aos seios venosos. Existe um risco grande de sangramento, que aumenta o risco do procedimento, e o risco de lesão relacionado à secção do tumor, que fica no meio dos nervos cranianos.”
Em azul, o tumor benigno schwannoma vestibular, que pode pressionar o cérebro FOTO: GALERIA MÉDICA DA BLAUSEN MEDICIAL 2014 |
Para simular a operação, a inovação une um modelo de realidade virtual a um modelo realístico impresso tridimensionalmente em resinas, silicone e borrachas curadas de várias densidades que reproduzem diferentes tipos de tecidos.
“O tumor, por exemplo, sangra e dentro do seio venoso colocamos um líquido azul, que simula sangue caso tivesse uma lesão”, conta Rodrigo Pongeluppi.
“Por uma série de razões, é cada vez mais difícil o treinamento cirúrgico em cadáveres no Brasil. Por isso, o desenvolvimento desses modelos de realidade virtual e ultrarrealistas eliminam essa questão relacionada ao material humano, e eles podem ser adaptados, reutilizados.”
O modelo virtual entra em sincronia com o modelo impresso, simulando desde a incisão da pele até a retirada do tumor. Assim, o cirurgião treina os mesmos passos que precisarão ser realizados para a retirada do tumor de verdade.
A nova abordagem pretende melhorar a formação de neurocirurgiões, fazendo com que os médicos aprendam mais rapidamente e tornando os procedimentos mais seguros. Assim que estiver totalmente desenvolvida, o conhecimento dos alunos na aplicação prática será avaliado em hospitais de ensino.
O modelo virtual entra em sincronia com o modelo impresso, simulando desde a incisão da pele até a retirada do tumor. Assim, o cirurgião treina os mesmos passos que precisarão ser realizados para a retirada do tumor de verdade.
A nova abordagem pretende melhorar a formação de neurocirurgiões, fazendo com que os médicos aprendam mais rapidamente e tornando os procedimentos mais seguros. Assim que estiver totalmente desenvolvida, o conhecimento dos alunos na aplicação prática será avaliado em hospitais de ensino.
Pioneirismo
De acordo com o professor Ricardo de Oliveira, modelos como esse estarão cada vez mais presentes em serviços de treinamento.“O Brasil está na vanguarda desse tipo de tecnologia. Algumas empresas privadas aqui estão bastante avançadas no desenvolvimento de tecnologia da realidade aumentada, do modelo híbrido e no treinamento utilizando a tecnologia do metaverso.”
Etapas de uma cirurgia na base do crânio de um boneco de resina e borracha FOTOS CEDITAS PELO PESQUISADOR |
A utilização de simuladores na medicina não é uma novidade, mas o projeto é o primeiro a simular neurocirurgias da base do crânio posterior.
A neurocirurgia brasileira é altamente reconhecida internacionalmente. Em 2018, o HCFMRP realizou pela primeira vez a separação de duas gêmeas siamesas unidas pela cabeça.
“Nós utilizamos naquela ocasião modelos que podiam ser operados, em que pudéssemos treinar antes mesmo da realização da cirurgia”, lembra o professor.
O trabalho tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e o objetivo em longo prazo é desenvolver laboratórios que consigam produzir modelos como esse. Dessa forma, eles poderão ser oferecidos aos hospitais públicos, onde há o maior número de pacientes e de serviços de treinamento.
> Mais informações: e-mails rodrigopongeluppi@gmail.com, com Rodrigo Pongeluppi, e rsoliveira@hcrp.usp.br, com Ricardo Santos de Oliveira.
• Crânio de 20 milhões de anos registra começo da evolução do cérebro
O trabalho tem o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e o objetivo em longo prazo é desenvolver laboratórios que consigam produzir modelos como esse. Dessa forma, eles poderão ser oferecidos aos hospitais públicos, onde há o maior número de pacientes e de serviços de treinamento.
> Mais informações: e-mails rodrigopongeluppi@gmail.com, com Rodrigo Pongeluppi, e rsoliveira@hcrp.usp.br, com Ricardo Santos de Oliveira.
• Crânio de 20 milhões de anos registra começo da evolução do cérebro
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