Entidades e pesquisadores demonstram que a prática revitimiza principalmente as mulheres e reforça as visões tradicionais e patriarcais
O ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos, pediu ao Conselho Nacional de Direitos Humanos a promoção de um debate sobre os abusos denunciados na prática da prática de constelação familiar.
Almeida tomou a iniciativa após receber carta do Conselho Federal de Psicologia, do Instituto Questão de Ciência e de pesquisadores universitários alertando sobre os riscos dessa terapia que tem se expandido no Brasil, inclusive em instâncias judiciais.
Desenvolvida pelo alemão Bert Hellinger (1925-2019) a partir dos anos 1970, a constelação familiar é uma técnica polêmica entre psicólogos porque, como dramatização, revitimiza, por exemplo, mulheres vítimas de violência doméstica.
Em dramatização, geralmente na presença do agressor, as vítimas têm de encenar como foi a violência.
Para os autores da carta, a prática da constelação familiar se baseia em visões tradicionais e patriarcais de família, prejudicando mulheres, sobretudo em processos de conciliação em Varas de Família.
A controvertida terapia se propõe a resolver conflitos familiares por meio de conceitos como respeito a antepassados e hierarquia.
Nessa dinâmica, o indivíduo pode descobrir que está repetindo o mesmo erro que um ancestral cometeu, por exemplo, e que precisa perdoar os familiares, mesmo em situações que envolvam violência e abusos sexuais.
O ministro Almeida também encaminhou o caso ao Conselho Nacional de Justiça, ao Ministério das Mulheres e ao Ministério da Saúde.
Em nota publicada em março, o Conselho Federal de Psicologia apontou problemas com a prática, entre elas “o reconhecimento, enquanto fundamento teórico da constelação familiar, do uso da violência como mecanismo para restabelecimento de hierarquia violada —inclusive atribuindo a meninas e mulheres a responsabilidade pela violência sofrida.”
“A teoria da constelação familiar parece adotar uma concepção de casal e família de bases patriarcais, calcada na heterossexualidade compulsória, que tende a naturalizar a desigualdade de gênero em relações conjugais e familiares”, afirma a nota.
> Com informação do Ministério dos Direitos Humanos e outras fontes.
O ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos, pediu ao Conselho Nacional de Direitos Humanos a promoção de um debate sobre os abusos denunciados na prática da prática de constelação familiar.
Almeida tomou a iniciativa após receber carta do Conselho Federal de Psicologia, do Instituto Questão de Ciência e de pesquisadores universitários alertando sobre os riscos dessa terapia que tem se expandido no Brasil, inclusive em instâncias judiciais.
Desenvolvida pelo alemão Bert Hellinger (1925-2019) a partir dos anos 1970, a constelação familiar é uma técnica polêmica entre psicólogos porque, como dramatização, revitimiza, por exemplo, mulheres vítimas de violência doméstica.
Em dramatização, geralmente na presença do agressor, as vítimas têm de encenar como foi a violência.
Encenações fazem as vítimas reviver humilhação e constrangimento FOTO: DIVULGAÇÃO GOVERNO FEDERAL |
Para os autores da carta, a prática da constelação familiar se baseia em visões tradicionais e patriarcais de família, prejudicando mulheres, sobretudo em processos de conciliação em Varas de Família.
A controvertida terapia se propõe a resolver conflitos familiares por meio de conceitos como respeito a antepassados e hierarquia.
Nessa dinâmica, o indivíduo pode descobrir que está repetindo o mesmo erro que um ancestral cometeu, por exemplo, e que precisa perdoar os familiares, mesmo em situações que envolvam violência e abusos sexuais.
O ministro Almeida também encaminhou o caso ao Conselho Nacional de Justiça, ao Ministério das Mulheres e ao Ministério da Saúde.
Em nota publicada em março, o Conselho Federal de Psicologia apontou problemas com a prática, entre elas “o reconhecimento, enquanto fundamento teórico da constelação familiar, do uso da violência como mecanismo para restabelecimento de hierarquia violada —inclusive atribuindo a meninas e mulheres a responsabilidade pela violência sofrida.”
“A teoria da constelação familiar parece adotar uma concepção de casal e família de bases patriarcais, calcada na heterossexualidade compulsória, que tende a naturalizar a desigualdade de gênero em relações conjugais e familiares”, afirma a nota.
> Com informação do Ministério dos Direitos Humanos e outras fontes.
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