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Igrejas evangélicas do Amazonas apropriam-se das escolas públicas durante as férias

Grupo de evangélicos que controla a Assembleia Legislativa dá golpe no Estado laico; espera-se a reação do Ministério Público


Sob a influência de um grupo de deputados evangélicos, a Assembleia Legislativa do Amazonas liberou o uso das escolas públicas por igrejas para realização de cursos bíblicos durante as férias escolares. 

Trata-se da apropriação de um bem público por igrejas evangélicas, o que ofende a laicidade de Estado. A manutenção das escolas é feita pelos tributos pagos por cidadãos de todas as religiões e por aqueles que não têm crença alguma.

As igrejas já dispõem de vantagens tributárias, algumas inclusive para a manutenção de seus templos.

Evangélicos sequestram
um bem que pertence
a todos os contribuintes
FOTO: DIVULGAÇÃO

Inicialmente, houve a aprovação pelos deputados de um projeto de lei que franqueava as salas de aulas às igrejas nas férias. O governador Wilson Lima vetou a decisão por ela ser inconstitucional. Agora, os deputados invalidaram o veto do governador, o que significa que a igrejas podem tomar posse das escolas já nas férias de fim de ano.

Apenas um deputado, Sinésio Campos (PT), é contra o "sequestro" das escolas.

Ele afirma ser cristão, mas, acrescenta, a Constituição é clara ao separar o Estado da Igreja.

O golpe contra o Estado laico foi liderado por deputados evangélicos, como Dan Câmara (Podemos), irmão do presidente da Assembleia de Deus no Amazonas, pastor Jonatas Câmara, e João Luiz (Republicanos), que é pastor da Igreja Universal do Reino de Deus.

Aguarda-se a qualquer momento uma manifestação do Ministério Público do Amazonas contra a decisão de caráter teocrático.

> Com informação da Assembleia Legislativa do Amazonas e de outras fontes.

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