Pular para o conteúdo principal

Justiça na Espanha decide que Testemunhas de Jeová podem ser chamadas de 'seita destrutiva'

Para juiz, ex-TJs são "vítimas"; julgamento repercute em tribunais europeus


Tribunal de Justiça de Torrejón de Ardoz — cidade de 100 mil habitantes na Espanha — decidiu que as Testemunhas de Jeová podem ser chamadas de "seita destrutiva" porque a religião exerce "controle excessivo" sobre seus seguidores, e estes são incentivados a não terem contatos com antigos fiéis. A manifestação da Justiça ocorreu a partir de uma ação movida por um ex-fiel.

É a primeira vez que um Tribunal trata as TJs como "seita", uma designação costumeiramente usada por ex-fiéis. 

A decisão também reconheceu que ex-TJs podem ser chamados de "vítimas", dependendo do caso.

Nos últimos dois anos, pelo menos, as TJs vêm sofrendo revezes em países da Europa por discriminar 
ex-integrantes. A Noruega, por exemplo, cortou subsídio à igreja.

A decisão da Justiça na Espanha significa um precedente para classificar essa religião como "destrutiva".

A primeira instância judicial de Torrejón de Ardoz julgou que a insistência da religião em controlar as relações pessoais de seus fiéis, supervisionando sua vida privada, é tipo de seita — o que as TJs rejeitam.

Definição de seita
vale para designar
Testemunhas de Jeová 
ILUSTRAÇÃO EXTRAÍDA DA REDE SOCIAL

A sentença afirma que as TJs se enquadram na definição de seita de integrantes de seita, ou seja, pertencem a uma "comunidade fechada de natureza espiritual, guiada por um líder que exerce poder carismático sobre seus seguidores” ou, nesse caso, por um "corpo governante".

Para a Justiça, os fiéis são impedidos de terem "uma relação fluida" com pessoas que não partilham de sua fé, havendo, portanto, "um isolamento de segregação social".

Os anciões (pastores) procuram manter distância de tribunais, os quais interpretam como instrumentos de Satanás. Mas a própria organização moveu ação contra a Associação Espanhola de Vítimas das Testemunhas de Jeová porque essa entidade tem feito "uma série de declarações ofensivas contra a honra" da religião e seus integrantes.

A Justiça considerou a ação improcedente, abrindo a perspectiva para novas derrotas judiciais na Espanha e demais países europeus.

O j
uiz Ardoz afirma na sentença estar provado que as Testemunhas de Jeová têm uma "justiça paralela", onde anciões julgam em nome Deus. Em alguns casos, essa "justiça" atua para encobrir abusos sexuais.

> Com informação de La Razon e outras fontes. Este site garante às TJs espaço para expor sua versão.

• Revista das Testemunhas de Jeová afirma que ex-fiéis são 'doentes mentais'

• Mulher pede indenização por que hospital tentou salvar marido com transfusão

Comentários

Em 1998, o governo francês classificou as Testemunhas de Jeová como uma "seita perigosa", desencadeando uma prolongada batalha legal. Após 15 anos, a Corte Europeia dos Direitos Humanos considerou a França culpada por violar a liberdade religiosa, impondo-lhe o ônus de desembolsar 6.373.987 euros à referida organização religiosa.

No Áustria, em 2002, o governo recusou autorização de residência a dois ministros das Testemunhas de Jeová. Em 2012, o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos proclamou a culpabilidade do governo austríaco por discriminação contra essas testemunhas, determinando o pagamento de quase 13 mil euros.

A experiência tem mostrado que os ataques governamentais e a difamação midiática apenas amplificam a visibilidade das Testemunhas de Jeová, algo que a comunidade religiosa agradece. Para os ex-membros e outros opositores, estes ataques são interpretados como prenúncios de um iminente "Armageddon" que aniquilaria a religião. No entanto, para seu desapontamento, a religião persevera, mantendo suas atividades, indiferente às oscilações da opinião pública. A espera frustrante por um evento que nunca se concretiza revela-se uma experiência penosa. :)
Paulo Lopes disse…
E sobre o ostracismo que as TJs impõem a seus seguidores em relação a ex—fiéis, separando muitas vezes até filhos de pais? O que você tem a dizer?
Estimado Paulo Lopes,

Em mensagens anteriores, esmiucei a questão com respaldo em evidências sólidas e referências substanciais. Contudo, abster-me-ei de fazê-lo novamente. Não desejo voltar a investir energia na explicação de algo tão simples para quem persiste em nadar nas águas turvas do preconceito.
Paulo Lopes disse…
Embora o discurso de ódio das TJs em relação a ex-fiéis seja o principal ponto dos questionamentos dessa religião em todo o mundo, William of Baskerville, mesmo sob anonimato, recusa-se a abordá-la porque, para ele, o assunto está esgotado. Pelo jeito, ele é um pastor de fôlego curto.

Mas mesmo assim será que William poderia ter agora a magnificência de resumir em duas ou três linhas por que as TJs desagregam famílias, ao invés de uni-la. Vale discutir se Jeová fica feliz com isso? Se não fica, por que permite?

Essa é uma discussão que vale sempre ser retomada, até porque a pressão sobre as TJs está aumentando em vários países por conta dessa prática de destruição de famílias, e daqui a alguns anos os governantes da seita terão de recuar um pouco, porque, se não o fizerem, a religião terá cada vez menos fiéis e correrá o risco de ser expulsa de alguns países.

Para o sr. William, contudo, isso é "algo simples", banal, e ele, soberbo, diz que não gastará sua (valiosa) energia para se manifestar mais uma vez sobre uma questão sem importância. Sem importância, obviamente, para ele, porque não lhe interessa cutucar a verdade.

Ao final do texto, William chama de preconceituoso quem critica o preconceito das TJs contra ex-seguidores. É um milagre de transformação feito por William? Transformou vinho em água? Magia negra? Macumba? Uso da esperteza de Satã? Prestidigitação? Autoengano? Retórica reversa? Má-fé de quem faz acusação a pessoas sem levar em consideração ao que elas dizem? Ou tudo isso?
Tenho observado que os indivíduos preconceituosos optam por persistir em suas atitudes discriminatórias. Entretanto, dado o seu interesse contínuo, permita-me fornecer mais uma vez uma sucinta explicação sobre o processo de desassociação.

Primeiro, gostaria de frisar que, antes de alguém ingressar nas Testemunhas de Jeová, é necessário estudar a Bíblia à luz da compreensão dessa fé. Ao tornar-se "publicadora", a pessoa realiza regularmente palestras com diversos públicos, incluindo ateus, agnósticos e membros de outras religiões. Durante esse processo, que pode durar muitos meses ou alguns anos, a pessoa tem oportunidade de comparar os ensinamentos com outras filosofias de vida.

Após isso, se ela decide tornar-se testemunha de Jeová, a pessoa faz um juramento solene em uma assembleia ou congresso com milhares de pessoas presentes, seguido pelo batismo. Portanto, as consequências de viver em desacordo com esse juramento é exclusivamente responsabilidade da pessoa, incluindo ser desassociada.

Convém também esclarecer que uma pessoa desassociada não é maltratada por ninguém. Simplesmente, é respeitada a sua decisão de cortar a convivência com a congregação. Por outro lado, caso deseje regressar, poderá fazê-lo em questão de alguns meses.

A vida familiar é um dos valores mais prezados pelas Testemunhas de Jeová. Por isso, a desassociação não afeta a responsabilidade dos pais para com os filhos nem anula o casamento. Os laços familiares são permanentes.

Os ex-membros que inundam a internet com suas mentiras, não contam a história toda. Normalmente, escondem aspetos importantes, tais como a maldade que eles praticaram e que os levou à expulsão, ou a atitude violenta que têm para com a família. (Conheço casos em que os desassociados são de tal forma agressivos que tornam impossível a convivência pacífica da família. Depois, os mesmos vão para a comunicação social a fim de chorar e se fazer de vítimas. Aqui em Portugal, por exemplo, um deles traiu a esposa, abandonou os filhos, mas vai regularmente à rádio e à televisão dizer que a religião destruiu sua família.)

Por fim, gostaria de frisar 2 pontos. Primeiro, ao contrário do que acontece na maioria das religiões, ninguém se torna testemunha de Jeová por emoção ou por tradição familiar. Logo, a responsabilidade é absolutamente da própria pessoa. Segundo, todas as pessoas, independentemente da religião, têm o direito de escolher o seu círculo de amigos. Nesse sentido, as testemunhas de Jeová não são diferentes. Portanto, não cabe aos tribunais interferir no direito alienável de escolher as amizades.

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Dawkins é criticado por ter 'esperança' de que Musk não seja tão estúpido como Trump

Tibetanos continuam se matando. E Dalai Lama não os detém

O Prêmio Nobel da Paz é "neutro" em relação às autoimolações Stephen Prothero, especialista em religião da Universidade de Boston (EUA), escreveu um artigo manifestando estranhamento com o fato de o Dalai Lama (foto) se manter neutro em relação às autoimolações de tibetanos em protesto pela ocupação chinesa do Tibete. Desde 16 de março de 2011, mais de 40 tibetanos se sacrificaram dessa dessa forma, e o Prêmio Nobel da Paz Dalai Lama nada fez para deter essa epidemia de autoimolações. A neutralidade, nesse caso, não é uma forma de conivência, uma aquiescência descompromissada? Covardia, até? A própria opinião internacional parece não se comover mais com esse festival de suicídios, esse desprezo incandescente pela vida. Nem sempre foi assim, lembrou Prothero. Em 1963, o mundo se comoveu com a foto do jornalista americano Malcolm Wilde Browne que mostra o monge vietnamita Thich Quang Duc colocando fogo em seu corpo em protesto contra a perseguição aos budistas pelo

Proibido o livro do padre que liga a umbanda ao demônio

Padre Jonas Abib foi  acusado da prática de  intolerância religiosa O Ministério Público pediu e a Justiça da Bahia atendeu: o livro “Sim, Sim! Não, Não! Reflexões de Cura e Libertação”, do padre Jonas Abib (foto), terá de ser recolhido das livrarias por, nas palavras do promotor Almiro Sena, conter “afirmações inverídicas e preconceituosas à religião espírita e às religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé, além de flagrante incitação à destruição e ao desrespeito aos seus objetos de culto”. O padre Abib é ligado à Renovação Carismática, uma das alas mais conservadoras da Igreja Católica. Ele é o fundador da comunidade Canção Nova, cuja editora publicou o livro “Sim, Sim!...”, que em 2007 vendeu cerca de 400 mil exemplares, ao preço de R$ 12,00 cada um, em média. Manuela Martinez, da Folha, reproduz um trecho do livro: "O demônio, dizem muitos, "não é nada criativo". (...) Ele, que no passado se escondia por trás dos ídolos, hoje se esconde no

Condenado por estupro, pastor Sardinha diz estar feliz na cadeia

Pastor foi condenado  a 21 anos de prisão “Estou vivendo o melhor momento de minha vida”, diz José Leonardo Sardinha (foto) no site da Igreja Assembleia de Deus Ministério Plenitude, seita evangélica da qual é o fundador. Em novembro de 2008 ele foi condenado a 21 anos de prisão em regime fechado por estupro e atentado violento ao pudor. Sua vítima foi uma adolescente que, com a família, frequentava os cultos da Plenitude. A jovem gostava de um dos filhos do pastor, mas o rapaz não queria saber dela. Sardinha então disse à adolescente que tinha tido um sonho divino: ela deveria ter relações sexuais com ele para conseguir o amor do filho, e a levou para o motel várias vezes. Mas a ‘profecia’ não se realizou. O Sardinha Jr. continuou não gostando da ingênua adolescente. No texto publicado no site, Sardinha se diz injustiçado pela justiça dos homens, mas em contrapartida, afirma, Deus lhe deu a oportunidade de levar a palavra Dele à prisão. Diz estar batizando muita gen

Veja os 10 trechos mais cruéis da Bíblia

TJs perdem subsídios na Noruega por ostracismo a ex-fiéis. Duro golpe na intolerância religiosa

Profecias de fim do mundo

O Juízo Final, no afresco de Michangelo na Capela Sistina 2033 Quem previu -- Religiosos de várias épocas registraram que o Juízo Final ocorrerá 2033, quando a morte de cristo completará 2000. 2012 Quem previu – Religiosos e teóricos do apocalipse, estes com base no calendário maia, garantem que o dia do Juízo Final ocorrerá em dezembro, no dia 21. 2011 Quem previu – O pastor americano Harold Camping disse que, com base em seus cálculos, Cristo voltaria no dia 21 de maio, quando os puros seriam arrebatados e os maus iriam para o inferno. Alguns desastres naturais, como o terremoto seguido de tsunami no Japão, serviram para reforçar a profecia. O que ocorreu - O fundador do grupo evangélico da Family Radio disse estar "perplexo" com o fato de a sua profecia ter falhado. Ele virou motivo de piada em todo o mundo. Camping admitiu ter errado no cálculo e remarcou da data do fim do mundo, que será 21 de outubro de 2011. 1999 Quem previu – Diversas profecias

Santuário Nossa Senhora Aparecida fatura R$ 100 milhões por ano

Basílica atrai 10 milhões de fiéis anualmente O Santuário de Nossa Senhora de Aparecida é uma empresa da Igreja Católica – tem CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) – que fatura R$ 100 milhões por ano. Tudo começou em 1717, quando três pescadores acharam uma imagem de Nossa Senhora no rio Paraíba do Sul, formando-se no local uma vila que se tornou na cidade de Aparecida, a 168 km de São Paulo. Em 1984, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) concedeu à nova basílica de Aparecida o status de santuário, que hoje é uma empresa em franca expansão, beneficiando-se do embalo da economia e do fortalecimento do poder aquisitivo da população dos extratos B e C. O produto dessa empresa é o “acolhimento”, disse o padre Darci José Nicioli, reitor do santuário, ao repórter Carlos Prieto, do jornal Valor Econômico. Para acolher cerca de 10 milhões de fiéis por ano, a empresa está investindo R$ 60 milhões na construção da Cidade do Romeiro, que será constituída por trê