O excesso de navegação na internet ativa no cérebro a região do vício, deixando-o preguiçoso para atividade que exige concentração, como a leitura. Leia abaixo 7 recomendações para ter o seu cérebro de volta
Teresa Rossignoli Palomeque
doutora em psicologia e professora da Universidade de Nebrija, Espanha
The Conversation
Para piorar a situação, tudo isso também está afetando a qualidade do sono (que tem uma grande relação com a nossa capacidade de atenção).
1 Reduzir o tempo de exposição às telas, desconectando dispositivos quando necessitamos de concentração. Crianças menores de dois anos não devem acessá-los. Depois, o tempo de uso deve ser limitado, priorizando conteúdos educativos.
2 Fazer atividades ao ar livre e atividades na natureza também demonstrou trazer benefícios na atenção e até no desempenho intelectual geral.
3 A prática de atividade física não só tem efeitos positivos na saúde física, mas também na saúde mental, afetando especialmente a atenção, a memória, a autorregulação e o humor.
4 Promover uma correta higiene do sono, diminuindo progressivamente a quantidade de estimulação na hora de dormir.
5 Faça uma alimentação balanceada sem descuidar do consumo de antioxidantes e minerais, pois são essenciais para o desempenho intelectual.
6 Fazer atividades que libertem o cérebro de pensamentos fixos. Faça meditação, escute música, lea um livro.
7 Prepare o ambiente para focar nossa atenção. Por exemplo, ter espaços de trabalho diferenciados, eliminando elementos que estão visíveis e que não necessitamos naquele momento. Use cronômetros para concluir tarefas e fazer breves pausas ou pausas. Também é aconselhável realizar primeiro as atividades que exigem mais esforço ao nível da atenção, para finalizar aquelas que exigem menos esforço. Nossa atenção tende a diminuir à medida que ficamos cansados. Finalmente, aumente progressivamente nossos tempos de concentração.
Teresa Rossignoli Palomeque
doutora em psicologia e professora da Universidade de Nebrija, Espanha
The Conversation
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O que aconteceu com você recentemente ao passar a ter dificuldade em se concentrar em leitura longa, de mais de 10 minutos? Agora, no celular e/ou computador, você pula de um texto para outro, não se fixa em uma página, e dificilmente lê mais de três parágrafos, Você acha difícil encontrar paz de espírito para se concentrar em um romance?
Vivemos imersos no uso constante de computadores, celulares e tablets. Os telemóveis são utilizados para aceder a conteúdos audiovisuais (vídeos, podcasts), navegar na internet (incluindo redes sociais), jogos, compras e serviços financeiros. Os espanhóis, por exemplo, passam em média 5,45 hs por dia conectados à rede. [Os brasileiros passam 9,5 h, sendo os recordistas]
Tudo isso tem influência em nosso cérebro. Estamos nos acostumando com um tipo de atenção chamado “de baixo para cima”. São as emoções, despertadas pelos conteúdos digitais, que acionam a nossa atenção. Ou seja, não dirigimos voluntariamente a nossa atenção porque ela é “capturada” sem que a tenhamos consciência disso.
Obviamente o impacto depende do conteúdo. A utilização de ferramentas digitais que foram concebidas e testadas para melhorar processos cognitivos como a atenção, a memória, o planejamento e as competências matemáticas (uma utilização muito minoritária) não é a mesma que a utilização descrita acima.
O nosso cérebro, agora, aumentou suas resistências para tarefas menos atrativas, como aquelas que exigem um processamento mais lentor, como ler, analisar informações ou estudar.
Vivemos imersos no uso constante de computadores, celulares e tablets. Os telemóveis são utilizados para aceder a conteúdos audiovisuais (vídeos, podcasts), navegar na internet (incluindo redes sociais), jogos, compras e serviços financeiros. Os espanhóis, por exemplo, passam em média 5,45 hs por dia conectados à rede. [Os brasileiros passam 9,5 h, sendo os recordistas]
Tudo isso tem influência em nosso cérebro. Estamos nos acostumando com um tipo de atenção chamado “de baixo para cima”. São as emoções, despertadas pelos conteúdos digitais, que acionam a nossa atenção. Ou seja, não dirigimos voluntariamente a nossa atenção porque ela é “capturada” sem que a tenhamos consciência disso.
Obviamente o impacto depende do conteúdo. A utilização de ferramentas digitais que foram concebidas e testadas para melhorar processos cognitivos como a atenção, a memória, o planejamento e as competências matemáticas (uma utilização muito minoritária) não é a mesma que a utilização descrita acima.
O nosso cérebro, agora, aumentou suas resistências para tarefas menos atrativas, como aquelas que exigem um processamento mais lentor, como ler, analisar informações ou estudar.
O celular prende a sua atenção em detrimento a tarefas mais importantes |
Multitarefa digital
Uma característica do conteúdo multimídia é a “multitarefa”: transitamos entre conteúdos e alternamos entre informações sem processá-las lentamente. Uma forma de leitura que impacta negativamente o desempenho escolar. Além disso, cria dependência, pois, no nível do cérebro, são ativadas áreas envolvidas nos vícios. Ou seja, esses conteúdos nos “prendem” em detrimento de outras tarefas.Para piorar a situação, tudo isso também está afetando a qualidade do sono (que tem uma grande relação com a nossa capacidade de atenção).
Estamos acostumados a estar constantemente conectados a esses dispositivos, mesmo quando vamos dormir. Isso é um erro porque foi demonstrado que a luz das telas confunde nosso cérebro, fazendo-o “pensar” que é dia. Isso nos impede de gerar melatonina, o hormônio que nos ajuda a adormecer. O sono é essencial para estabilizar a memória e ter um desempenho atento no dia seguinte.
O manuseio rápido das telas aumentaram as dificuldades de atenção da população. Para manter a concentração precisamos não estar constantemente conectados à rede. É por isso que surge o debate nos locais de trabalho e nas salas de aula sobre a proibição ou limitação do uso de dispositivos.
O manuseio rápido das telas aumentaram as dificuldades de atenção da população. Para manter a concentração precisamos não estar constantemente conectados à rede. É por isso que surge o debate nos locais de trabalho e nas salas de aula sobre a proibição ou limitação do uso de dispositivos.
Neutralize o efeito multitarefa
Tudo isto nos leva a propor uma série de recomendações para melhorar a nossa concentração e permitir-nos processar a informação de forma mais lenta.1 Reduzir o tempo de exposição às telas, desconectando dispositivos quando necessitamos de concentração. Crianças menores de dois anos não devem acessá-los. Depois, o tempo de uso deve ser limitado, priorizando conteúdos educativos.
2 Fazer atividades ao ar livre e atividades na natureza também demonstrou trazer benefícios na atenção e até no desempenho intelectual geral.
3 A prática de atividade física não só tem efeitos positivos na saúde física, mas também na saúde mental, afetando especialmente a atenção, a memória, a autorregulação e o humor.
4 Promover uma correta higiene do sono, diminuindo progressivamente a quantidade de estimulação na hora de dormir.
5 Faça uma alimentação balanceada sem descuidar do consumo de antioxidantes e minerais, pois são essenciais para o desempenho intelectual.
6 Fazer atividades que libertem o cérebro de pensamentos fixos. Faça meditação, escute música, lea um livro.
7 Prepare o ambiente para focar nossa atenção. Por exemplo, ter espaços de trabalho diferenciados, eliminando elementos que estão visíveis e que não necessitamos naquele momento. Use cronômetros para concluir tarefas e fazer breves pausas ou pausas. Também é aconselhável realizar primeiro as atividades que exigem mais esforço ao nível da atenção, para finalizar aquelas que exigem menos esforço. Nossa atenção tende a diminuir à medida que ficamos cansados. Finalmente, aumente progressivamente nossos tempos de concentração.
> Este texto foi escrito originalmente em espanhol.
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