Não há risco de choque com a Terra, mas ainda assim é um aviso à humanidade porque um asteroide pode chegar de surpresa
Josep M. Trigo Rodríguez
pesquisador do Grupo de Meteoritos, Corpos Menores e Ciências Planetárias, do Instituto de Ciências do Espaço, Espanha
Estamos a cinco anos de um evento astronômico que pode ficar gravado na memória coletiva da humanidade. Trata-se da passagem próximo da Terra do asteroide Apophis. Embora já saibamos que não será perigoso, podemos dizer que é assustador se pensarmos bem nisso.
Josep M. Trigo Rodríguez
pesquisador do Grupo de Meteoritos, Corpos Menores e Ciências Planetárias, do Instituto de Ciências do Espaço, Espanha
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Há décadas os olhos da comunidade astronômica estão voltados para o encontro da Terra com o asteroide, catalogado como 99942 Apophis, um corpo rochoso com cerca de 340 metros de diâmetro.
Em sua maior aproximação da Terra, o asteroide será perfeitamente visível a olho nu. O brilho do objeto errante atingirá uma magnitude de +3, a mesma de algumas das estrelas da constelação de Cassiopeia ou das estrelas do famoso cinturão da constelação de Órion (também conhecidas pelo asterismo “Três Marias” no Brasil).
Essa nova missão visa medir as forças de maré que a gravidade da Terra exercerá em um asteroide potencialmente perigoso para o planeta, além de obter imagens ao vivo, nunca vistas, da superfície de um asteroide com o nosso planeta ao fundo.
Há uma grande curiosidade em saber se o Apophis também é uma pilha de detritos como Bennu e se a fisionomia e a estrutura do asteroide poderiam ser afetadas por forças gravitacionais de maré.
Ainda não há uma decisão final sobre a missão, mas realizá-la a tempo para o encontro do Apophis com a Terra demonstraria haver maneiras de colocar missões desse tipo em andamento rapidamente, porque o próximo asteroide pode não mandar aviso.
Não se trata de um capricho aprender mais sobre a natureza e a estrutura do Apophis. Embora possamos dizer que ele não representa um risco nas próximas aproximações, pelo menos por um século, no futuro pode ser mais complicado.
O encontro com o asteroide Apophis é uma oportunidade única no milênio. Um evento midiático que pode ser muito útil para a ciência, a defesa planetária e a divulgação científica. Além disso, a missão OSIRIS-APEX seria uma esperança para o aumento da cooperação internacional que precisamos para responder aos desafios que a humanidade enfrenta.
> Esse artigo foi publicado originalmente em espanhol.
O perigo de um impacto direto com a Terra tenha sido descartado, mas ainda assim encontro ainda é de grande interesse científico. O motivo é que esse asteroide estará a apenas cerca de 32 mil km da superfície do nosso planeta em 13 de abril de 2029,
Embora não esteja atualmente na lista de encontros próximos de asteroides potencialmente perigosos do programa Sentry (Sentinela) da NASA, o Apophis ficará a menos de um décimo da distância da Terra até a Lua. E, para os supersticiosos, ocorrerá numa sexta-feira 13.
Embora não esteja atualmente na lista de encontros próximos de asteroides potencialmente perigosos do programa Sentry (Sentinela) da NASA, o Apophis ficará a menos de um décimo da distância da Terra até a Lua. E, para os supersticiosos, ocorrerá numa sexta-feira 13.
que o asteroide chegará da
Terra será de 32 mil km,
uma sexta-feira dia 13
IMAGEM: ILUSTRAÇÃO ARTÍSTICA
Em sua maior aproximação da Terra, o asteroide será perfeitamente visível a olho nu. O brilho do objeto errante atingirá uma magnitude de +3, a mesma de algumas das estrelas da constelação de Cassiopeia ou das estrelas do famoso cinturão da constelação de Órion (também conhecidas pelo asterismo “Três Marias” no Brasil).
Apesar de sua aparência “estelar”, será impressionante vê-lo se movendo no céu a uma velocidade aparente de aproximadamente o diâmetro da Lua por minuto.
Missão da NASA
A missão Osiris-REx da NASA continua operacional depois de visitar e coletar amostras do asteroide Bennu. Devido a seus recursos, ela foi reconfigurada para se aproximar do Apophis e renomeada Osiris-APEX.Essa nova missão visa medir as forças de maré que a gravidade da Terra exercerá em um asteroide potencialmente perigoso para o planeta, além de obter imagens ao vivo, nunca vistas, da superfície de um asteroide com o nosso planeta ao fundo.
A NASA fornecerá a fotografia e poderemos ver o asteroide acima de nossas cabeças. Não será necessário usar telescópios ou binóculos. Provavelmente mais de 2 bilhões de pessoas na Europa Ocidental e no norte da África testemunharão o próximo encontro com o Apophis, numa experiência única na vida.
Missão RAMSES
No momento em que este artigo foi escrito, a Agência Espacial Europeia (ESA) também estava avaliando lançar a missão RAMSES para visitar o Apophis antes, durante e depois do encontro do asteroide com a Terra.A missão, proposta no Programa de Segurança Espacial da ESA, usaria a mesma plataforma planejada para a espaçonave Hera e embarcaria vários satélites do tipo CubeSat para medições de proximidade.
Para se encontrar com Apophis antes de abril de 2029, a sonda RAMSES teria que ser lançada em breve. As duas configurações possíveis são o lançamento em abril de 2027 e a realização de um sobrevoo da Terra em abril de 2028 para se posicionar em sua trajetória de encontro, ou a realização de uma transferência orbital direta de 11 meses, mais cara e complexa, no mesmo abril de 2028.
Se o conselho diretor da ESA der o aval à missão, a solução técnica mais eficiente para reduzir os custos e permitir uma implementação rápida será decidida em 2025.
A missão RAMSES poderia encontrar o Apophis dois meses antes de sua maior aproximação da Terra e conduzir uma campanha de caracterização do asteroide antes e depois do encontro.
Para se encontrar com Apophis antes de abril de 2029, a sonda RAMSES teria que ser lançada em breve. As duas configurações possíveis são o lançamento em abril de 2027 e a realização de um sobrevoo da Terra em abril de 2028 para se posicionar em sua trajetória de encontro, ou a realização de uma transferência orbital direta de 11 meses, mais cara e complexa, no mesmo abril de 2028.
Se o conselho diretor da ESA der o aval à missão, a solução técnica mais eficiente para reduzir os custos e permitir uma implementação rápida será decidida em 2025.
A missão RAMSES poderia encontrar o Apophis dois meses antes de sua maior aproximação da Terra e conduzir uma campanha de caracterização do asteroide antes e depois do encontro.
Tamanho do Apophis
Há uma grande curiosidade em saber se o Apophis também é uma pilha de detritos como Bennu e se a fisionomia e a estrutura do asteroide poderiam ser afetadas por forças gravitacionais de maré.
O próximo asteroide pode não mandar aviso
Com a experiência das missões DART e Hera, o uso de pequenos satélites ou CubeSats para a coleta de dados de proximidade está ganhando impulso.Ainda não há uma decisão final sobre a missão, mas realizá-la a tempo para o encontro do Apophis com a Terra demonstraria haver maneiras de colocar missões desse tipo em andamento rapidamente, porque o próximo asteroide pode não mandar aviso.
Não se trata de um capricho aprender mais sobre a natureza e a estrutura do Apophis. Embora possamos dizer que ele não representa um risco nas próximas aproximações, pelo menos por um século, no futuro pode ser mais complicado.
O encontro com o asteroide Apophis é uma oportunidade única no milênio. Um evento midiático que pode ser muito útil para a ciência, a defesa planetária e a divulgação científica. Além disso, a missão OSIRIS-APEX seria uma esperança para o aumento da cooperação internacional que precisamos para responder aos desafios que a humanidade enfrenta.
> Esse artigo foi publicado originalmente em espanhol.
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