Angolanos afirmam que, na reabertura dos templos, houve confronto com fiéis da ala brasileira
Lusa
agência de notícias financiada pelo governo português
Em comunicado, a ala "reformista" da IURD (Igreja Universal do Reino do Deus) liderada pelo bispo Valente Bizerra Luís referiu que se registou, no domingo (14.04), um confronto entre as duas alas, o que obrigou a intervenção da polícia, tendo sido detidos mais de 40 pastores e obreiros.
"Até ao momento não existe nenhum auto de notícia com a identificação dos sujeitos [detidos], do crime, tão pouco da sua localização, optando pelo silêncio e, recusam-se a dizer onde estão, preferindo dizer apenas: ão podemos falar nada por ordens superiores", lê-se na nota.
Para esta ala da IURD Angola, a forma como aconteceram as detenções viola o direito de informação, previsto na Constituição angolana, e traduz-se em "abuso de autoridade, que torna os detidos reféns com a intenção de coagir uma coletividade a uma ação ou omissão".
A laicidade "precisa de ser material e não formal", salienta-se ainda na nota, contestando o que denominam tratar-se de "atrocidades e sucessivas violações dos direitos humanos e ilegalidades praticadas por agentes da polícia nacional".
Imagens que circulam nas redes sociais confirmam o confronto entre fiéis no domingo, dia em que alguns templos da IURD foram reabertos, entre eles da catedral do Alvalade, cuja missa foi dirigida pelo bispo Alberto Segunda, líder da ala brasileira.
Conflito remonta a 2019
Em novembro de 2019, dissidentes da IURD em Angola acusaram a direção brasileira de crimes financeiros, racismo, discriminação e abuso de autoridade, entre outros, e constituíram uma ala reformista, reconhecida pelo Governo angolano como legítima representante do movimento religioso brasileiro.
Na sequência, foram constituídos arguidos quatro membros da liderança da IURD, absolvidos em março de 2022, da maioria das acusações, exceto o ex-responsável Honorilton Gonçalves, condenado a três anos de prisão, com pena suspensa, pelo crime de violência física e psicológica.
O conflito deu origem a duas alas - a de origem brasileira, liderada agora pelo angolano Alberto Segunda, e a ala dissidente, angolana, dirigida por Bizerra Luís - que reclamam ser as legítimas representantes da Igreja fundada por Edir Macedo.
O Governo angolano reconheceu a nova denominação da IURD Angola, Igreja do Reino de Deus em Angola (IRDA), determinando também a transferência de todo o património para a IRDA.
As alterações saídas da reunião extraordinária do conselho de direção da IURD Angolana, realizada em 08 de fevereiro, foram confirmadas no decreto executivo n.º74/24 de 14 de março do Ministério da Cultura e Turismo angolano.
Ainda em março, algumas dezenas de fiéis e pastores da IURD Angola protestaram em Luanda contra o despacho governamental que atribui nova denominação à instituição religiosa, considerando que a decisão foi "viciada", em favor da ala brasileira.
Lusa
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Em comunicado, a ala "reformista" da IURD (Igreja Universal do Reino do Deus) liderada pelo bispo Valente Bizerra Luís referiu que se registou, no domingo (14.04), um confronto entre as duas alas, o que obrigou a intervenção da polícia, tendo sido detidos mais de 40 pastores e obreiros.
"Até ao momento não existe nenhum auto de notícia com a identificação dos sujeitos [detidos], do crime, tão pouco da sua localização, optando pelo silêncio e, recusam-se a dizer onde estão, preferindo dizer apenas: ão podemos falar nada por ordens superiores", lê-se na nota.
Para esta ala da IURD Angola, a forma como aconteceram as detenções viola o direito de informação, previsto na Constituição angolana, e traduz-se em "abuso de autoridade, que torna os detidos reféns com a intenção de coagir uma coletividade a uma ação ou omissão".
A laicidade "precisa de ser material e não formal", salienta-se ainda na nota, contestando o que denominam tratar-se de "atrocidades e sucessivas violações dos direitos humanos e ilegalidades praticadas por agentes da polícia nacional".
Imagens que circulam nas redes sociais confirmam o confronto entre fiéis no domingo, dia em que alguns templos da IURD foram reabertos, entre eles da catedral do Alvalade, cuja missa foi dirigida pelo bispo Alberto Segunda, líder da ala brasileira.
Conflito remonta a 2019
Em novembro de 2019, dissidentes da IURD em Angola acusaram a direção brasileira de crimes financeiros, racismo, discriminação e abuso de autoridade, entre outros, e constituíram uma ala reformista, reconhecida pelo Governo angolano como legítima representante do movimento religioso brasileiro.
Na sequência, foram constituídos arguidos quatro membros da liderança da IURD, absolvidos em março de 2022, da maioria das acusações, exceto o ex-responsável Honorilton Gonçalves, condenado a três anos de prisão, com pena suspensa, pelo crime de violência física e psicológica.
O conflito deu origem a duas alas - a de origem brasileira, liderada agora pelo angolano Alberto Segunda, e a ala dissidente, angolana, dirigida por Bizerra Luís - que reclamam ser as legítimas representantes da Igreja fundada por Edir Macedo.
O Governo angolano reconheceu a nova denominação da IURD Angola, Igreja do Reino de Deus em Angola (IRDA), determinando também a transferência de todo o património para a IRDA.
As alterações saídas da reunião extraordinária do conselho de direção da IURD Angolana, realizada em 08 de fevereiro, foram confirmadas no decreto executivo n.º74/24 de 14 de março do Ministério da Cultura e Turismo angolano.
Ainda em março, algumas dezenas de fiéis e pastores da IURD Angola protestaram em Luanda contra o despacho governamental que atribui nova denominação à instituição religiosa, considerando que a decisão foi "viciada", em favor da ala brasileira.
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