O PL segue agora para outras comissões e, se chegar ao plenário da Câmara, chances de aprovação são mínimas
No dia 8 de maio, o pastor Marco Feliciano, presidente da Comissão de Constituição da Câmara, deu parecer favorável ao PL, de autoria do pastor Sargento Isidório.
Ao PL foi juntado outro de teor semelhante, o 4.322/2019, do pastor Silas Câmara.
O pastor Feliciano, em seu parecer, livrou a Comissão de Constituição do ridículo, retirando do PL a validade para a humanidade.
Só faltava esta agora: o Legislativo brasileiro decretando medida teocrática para todos os países.
Feliciano admitiu o óbvio: somente uma organização internacional, a Unesco, pode declarar um patrimônio com tal abrangência. Aliás, por si só, a Bíblia já é um patrimônio imaterial, devido à influência que tem na cultura do Ocidente, para o bem e para o mal.
O PL foi enviado para outras comissões da Câmara. Se aprovado por todas, seguirá para votação pelo plenário da Câmara, onde suas chances de aprovação são poucas.
Mas caso o PL obtenha aprovação dos deputados, o STF julgará a nova lei como inconstitucional, em respeito à laicidade de Estado.
Mas ainda assim, se um delírio acometer a maioria dos ministros e a lei for considerada constitucional, não fará a mínima diferença na vida dos brasileiros.
Os pastores-deputados podem até conseguir a aprovação da Bíblia como patrimônio imaterial do Brasil, dos países, de Marte, da via Láctea, do buraco negro do centro da galáxia, da galáxia mais próxima (Andrômeda), e do universo observável (dois trilhões de galáxias), e não terá nenhuma importância.
O que fica evidente mais uma vez é que esse pessoal nunca desiste de fulminar o Estado laico.
Paulo Lopes
trabalhou na Folha de S.Paulo, Agência Folha, Diário Popular, Editora Abril e em outras publicações
No dia 8 de maio, o pastor Marco Feliciano, presidente da Comissão de Constituição da Câmara, deu parecer favorável ao PL, de autoria do pastor Sargento Isidório.
Ao PL foi juntado outro de teor semelhante, o 4.322/2019, do pastor Silas Câmara.
O projeto de lei vale também para Sagitário A*, o buraco negro do centro da via Láctea? |
O pastor Feliciano, em seu parecer, livrou a Comissão de Constituição do ridículo, retirando do PL a validade para a humanidade.
Só faltava esta agora: o Legislativo brasileiro decretando medida teocrática para todos os países.
Feliciano admitiu o óbvio: somente uma organização internacional, a Unesco, pode declarar um patrimônio com tal abrangência. Aliás, por si só, a Bíblia já é um patrimônio imaterial, devido à influência que tem na cultura do Ocidente, para o bem e para o mal.
O PL foi enviado para outras comissões da Câmara. Se aprovado por todas, seguirá para votação pelo plenário da Câmara, onde suas chances de aprovação são poucas.
Mas caso o PL obtenha aprovação dos deputados, o STF julgará a nova lei como inconstitucional, em respeito à laicidade de Estado.
Mas ainda assim, se um delírio acometer a maioria dos ministros e a lei for considerada constitucional, não fará a mínima diferença na vida dos brasileiros.
Os pastores-deputados podem até conseguir a aprovação da Bíblia como patrimônio imaterial do Brasil, dos países, de Marte, da via Láctea, do buraco negro do centro da galáxia, da galáxia mais próxima (Andrômeda), e do universo observável (dois trilhões de galáxias), e não terá nenhuma importância.
O que fica evidente mais uma vez é que esse pessoal nunca desiste de fulminar o Estado laico.
Comentários
Postar um comentário