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No tricentenário de Kant, permanece uma discussão. Ele era crente, agnóstico ou ateu?

No caso de ter sido crente, Kant, como seus escritos, leva à reflexão sobre a suposta existência de um deus como o dos cristãos


Comemora-se neste ano, 2024, o tricentenário do nascimento de Immanuel Kant (1724–1804), um nome importante da filosofia moderna.

Decorrido tantos anos, uma discussão permanece. Kant era crente, agnóstico ou ateu? A resposta não é simples porque, sobre os escritos do filósofo, há interpretações que complementam diferentes ponto de vista, como segue um resumo abaixo.

Argumentos a favor da tese de que Kant era teísta

— Kant se definia como teísta. Em várias ocasiões, ele se referiu a si como crente em Deus. Por exemplo, em sua obra “A Religião nos Limites da Razão Pura”, ele afirma que “a crença em um Deus vivo e em um futuro mundo de retribuição é necessária para a moralidade”.

— A filosofia moral de Kant tem raízes na teologia. O conceito central da ética kantiana, o imperativo categórico, é baseado na ideia de que devemos agir de acordo com princípios que poderiam ser leis universais. Essa ideia tem similaridades com a noção de lei divina presente em muitas religiões.

— Kant era um membro ativo da Igreja Luterana. Ele frequentou cultos regularmente e participou de sacramentos como a comunhão.


Uma frase de Kant
lembrada com
frequência: “A
missão suprema
do homem é saber
o que precisa
para ser homem”

Argumentos a favor da tese de que Kant era agnóstico

— Kant argumentava que a existência de Deus não pode ser provada ou refutada pela razão. Em sua obra “Crítica da Razão Pura”, ele afirma que Deus está além do alcance do conhecimento humano. Isso significa que, para Kant, a questão da existência de Deus é uma questão de fé, não de conhecimento.

— Kant criticava a religião institucionalizada. Ele via muitas práticas religiosas como superstições e acreditava que a verdadeira religião deveria ser baseada na razão e na moralidade.

Argumentos a favor da tese de que Kant era deísta

— Kant acreditava em um Deus criador benevolente. Ele argumentava que Deus criou o universo e as leis da natureza, mas que não interfere diretamente no mundo.

— Kant rejeitava a ideia de revelação divina. Ele acreditava que a razão humana é a principal fonte de conhecimento religioso.

— Kant não acreditava que lidamos diretamente com a realidade, mas com o que aparece para nós, os fenômenos.

— Kant tentou aliar o racionalismo ao empirismo, porque, para ele, não pode haver conhecimento sem percepção sensível e, tampouco, sem entendimento.

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