Estudo analisou dados de mais de 49 mil domicílios, englobados na Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017–2018, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Agência Bori
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Os resultados estão em estudo publicado nesta sexta (11) na “Revista Brasileira de Epidemiologia” por pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
O percentual ainda é menor do que a frequência de 74% constatada na compra de ultraprocessados em áreas urbanas. Nas cidades, porém, o segundo grupo mais consumido são os processados, com frequência de 81% — contra 61% no campo.
O percentual ainda é menor do que a frequência de 74% constatada na compra de ultraprocessados em áreas urbanas. Nas cidades, porém, o segundo grupo mais consumido são os processados, com frequência de 81% — contra 61% no campo.
Por outro lado, o cultivo de alimentos em casa — fortemente associado ao consumo de alimentos frescos — é dez vezes maior no meio rural, com frequência de 31%, contra pouco mais de 3% nas cidades.
A equipe analisou dados de mais de 49 mil domicílios, englobados na Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017–2018, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A equipe analisou dados de mais de 49 mil domicílios, englobados na Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017–2018, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em seguida, o estudo identificou os alimentos e bebidas conforme a classificação NOVA, que considera quatro níveis de processamento: alimentos in natura ou minimamente processados, que sofrem pouca ou nenhuma alteração após retirados da natureza; ingredientes culinários, como sal, óleos e açúcar; alimentos processados, que representam a junção dos alimentos in natura aos ingredientes culinários; e alimentos ultraprocessados.
Nos centros urbanos, as compras de alimentos e bebidas são realizadas especialmente em supermercados (55%), padarias (46%) e pequenos mercados (43%). Já em áreas rurais, as aquisições são realizadas com maior frequência em pequenos mercados (53%), supermercados (32%), além do cultivo em casa.
O estudo aponta para uma menor proporção de compras em feiras e frutarias, locais em que predominam produtos frescos e in natura, em detrimento de grandes mercados — principal fonte de aquisição de alimentos ultraprocessados, cujo consumo em áreas rurais surpreendeu os cientistas.
“É crucial que as ações governamentais priorizem a tributação e regulamentação da publicidade e promoções relacionadas aos ultraprocessados, e favoreçam o acesso a alimentos in natura e minimamente processados”, aponta a pesquisadora Thais Meirelles de Vasconcelos, coautora do artigo.
Segundo a cientista, medidas como incentivo a pequenos produtores e à realização de feiras livres, especialmente junto à população mais vulnerável, podem ajudar a promover escolhas alimentares mais saudáveis.
Segundo a cientista, medidas como incentivo a pequenos produtores e à realização de feiras livres, especialmente junto à população mais vulnerável, podem ajudar a promover escolhas alimentares mais saudáveis.
“Sabe-se que o ambiente alimentar exerce influência sobre as escolhas dos indivíduos, com base na disponibilidade, acessibilidade, conveniência, qualidade e promoção de alimentos. Sendo assim, esses achados podem ser úteis à elaboração de estratégias e intervenções que favoreçam mudanças”, conclui Vasconcelos.
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