por Nirlando Beirão para Carta Capital Em 1925, uma pequena cidade dos EUA condenou um professor por ensinar a teoria da evolução Dayton, Tennessee, era, 90 anos atrás, um povoado de 1,8 mil almas fervorosamente assistidas por nove igrejas e um punhado de iracundos pregadores dispostos a irrigar seu rebanho com a crença de uma superioridade moral baseada na adesão incondicional à Palavra de Deus. Espreguiçando-se “num vale sorridente”, como anotou H. L. Mencken, Dayton trazia em si aquele charme rural, aprazível, que disfarçava uma estufa de superstições, preconceitos e hipocrisia capaz de explodir em ódio contra quem quer que rejeite a autoridade literal da Bíblia e de seus porta-vozes. Um vilarejo, observou Mencken, no qual não havia salão de dança ou de jogo e onde o esporte mais praticado era o rezar. “A oração tem o poder de realizar muita coisa”, ironizou Mencken. “Pode curar diabetes, encontrar carteiras perdidas e proteger as esposas das agressões dos maridos.” O pr