por Frédéric Saliba , do Le Monde Vestido com uma longa djellaba branca e usando um fez rubro na cabeça, Manuel Gomez, 61, caminha ao longo da estrada de San Cristóbal de las Casas, sul do México. “Nasci católico, virei presbiteriano e hoje sou muçulmano”, conta esse índio Tzotzil, que passou a se chamar Mohammed desde que se converteu ao islamismo, em 1995. Assim como ele, dezenas de milhares de habitantes desta cidade do Estado de Chiapas, berço do movimento zapatista, abandonaram o culto católico. Ainda há poucos muçulmanos, mas os protestantes ou evangélicos representam mais de um quarto da população deChiapas (4,8 milhões de habitantes). Essas conversões em massa, que envolvem expulsões violentas, têm preocupado o clero, que receberá o papa Bento XVI entre os dias 23 e 26 de março, no Estado de Guanajuato (oeste). Em sua casa decrépita, Mohamed reza cinco vezes por dia. “Fui convidado duas vezes para ir a Meca”, conta com alegria esse humilde vendedor de frutas e legumes qu