Novo ministro muda de opinião de acordo com as circunstâncias PAULO LOPES jornalista Indicado pelo presidente Bolsonaro, o pastor André Mendonça, 48, foi aprovado ontem pelo Senado para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal. Trata-se do ápice de uma carreira de camaleão de hipocrisia. Mendonça adapta seu discurso de acordo com a plateia. É difícil saber quem é o verdadeiro Mendonça. Certamente não existe um verdadeiro Mendonça. Bolsonaro tinha prometido colocar alguém "terrivelmente evangélico" no Supremo, onde, na visão do presidente, a maioria é de esquerdistas (comunistas?) — liberais em questões comportamentais e defensores da isonomia de direitos, como, aliás, convém aos mais elevados magistrados do país. O camaleão Mendonça se vestiu de "terrivelmente evangélico", o que não lhe foi difícil, já que tem oratória pronta porque é pastor. Viabilizou-se como candidato ao cargo. Ele conquistou a simpatia da extrema-direita evangélica, como Silas Malafaia,