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Diário de um infartado: hoje é o dia do bisturi

Diário de um infartado: cirurgia foi adiada por falta de sangue

O  precário sistema de saúde brasileiro não resolve sequer o déficit de saúde  Minha cirurgia estava marcada para ontem (6, sábado) e, por falta de sangue, teve de ser adiada para um dia ainda não definido. Vou precisar de safenas e mamárias. O déficit dos bancos brasileiros de sangue é antigo e crônico. No meu caso, o problema é mais grave, porque tenho sangue raro, B Negativo. Estou grato aos parentes e amigos que no sábado compareceram ao hemocentro da Unifesp (à rua Diogo de Faria, 824) para fazer doação em meu nome. Agradeço, também, a solidariedade de leitores e a dos administradores de páginas do Facebook que divulgaram o apelo em meu nome. A campanha de coleta continua. O sangue O Negativo também me serve. Sobre a falta de sangue, conversei rapidamente com Walter José Gomes (foto), presidente da SBCCV (Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular) e chefe da equipe que vai me operar. Argumentei com o professor Gomes que, dentro do universo de problemas da

Diário de um infartado: trazer médicos cubanos pra quê?

Gomes  afirmou que a saúde precisa de estrutura Conversei com o professor doutor Walter José Gomes (foto) sobre a intenção da presidente Dilma Rousseff de importar médicos cubanos. Gomes é o chefe da equipe de médicos que vai me operar. Para o professor, o que o Brasil precisa mesmo não é de médicos cubanos, mas de uma estrutura de saúde condizente com a dignidade que os brasileiros merecem e precisam ter. “O governo vai trazer médicos cubanos para trabalhar onde?”, indagou o professor. Faltam recursos, leitos, bons salários para os profissionais... Gomes observou que a proposta do governo conseguiu a façanha de unir a classe médica em torno de questões fundamentais.  “Trata-se de um caminho sem volta”, disse. O professor lamentou o viés político que há nessa intenção de trazer os cubanos. Disse que, para a categoria médica, o ministro Alexandre Padilha (Saúde) se tornou uma persona non grata . Apesar de tudo, Gomes é otimista. Disse que a mobilização das lideranças