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Mostrando postagens com o rótulo hospital São Paulo

Diário de um infartado: cirurgia foi adiada por falta de sangue

O  precário sistema de saúde brasileiro não resolve sequer o déficit de saúde  Minha cirurgia estava marcada para ontem (6, sábado) e, por falta de sangue, teve de ser adiada para um dia ainda não definido. Vou precisar de safenas e mamárias. O déficit dos bancos brasileiros de sangue é antigo e crônico. No meu caso, o problema é mais grave, porque tenho sangue raro, B Negativo. Estou grato aos parentes e amigos que no sábado compareceram ao hemocentro da Unifesp (à rua Diogo de Faria, 824) para fazer doação em meu nome. Agradeço, também, a solidariedade de leitores e a dos administradores de páginas do Facebook que divulgaram o apelo em meu nome. A campanha de coleta continua. O sangue O Negativo também me serve. Sobre a falta de sangue, conversei rapidamente com Walter José Gomes (foto), presidente da SBCCV (Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular) e chefe da equipe que vai me operar. Argumentei com o professor Gomes que, dentro do universo de problemas da

Diário de um infartado: na companhia de Dostoiévski

Livro já revela a grandeza do escritor russo - Prevista para hoje (4), a minha cirurgia foi adiada para sábado de manhã. Os médicos informam que meu quadro é estável, apesar de eu ter três ou quatro artérias entupidas. - Tenho acessado a internet por intermédio de um modem da Oi. Trata-se de um acesso lento, muito lento. Uma droga. - Aqui no hospital, médicos, enfermeiros e técnicos têm falado muito sobre a pretensão da Dilma de importar médicos cubanos. Até agora, não apareceu sequer uma pessoa defendendo a argumentação da presidente. - Estou relendo “Memórias do Subsolo” (Editora 34, com tradução de Boris Schnaiderman). Trata-se de um pequeno livro que já revela a grandiosidade da escrita de Dostoiévski. Minha mulher acha que eu deveria ler algo menos denso, para poupar meu coração de grandes emoções. - Na primeira leitura que fiz do “Subsolo”, há mais de dez anos, sublinhei algumas frases ditas pelo protagonista, como: “Juros-vos, senhores, que uma consciência muito pers

Diário de um infartado: trazer médicos cubanos pra quê?

Gomes  afirmou que a saúde precisa de estrutura Conversei com o professor doutor Walter José Gomes (foto) sobre a intenção da presidente Dilma Rousseff de importar médicos cubanos. Gomes é o chefe da equipe de médicos que vai me operar. Para o professor, o que o Brasil precisa mesmo não é de médicos cubanos, mas de uma estrutura de saúde condizente com a dignidade que os brasileiros merecem e precisam ter. “O governo vai trazer médicos cubanos para trabalhar onde?”, indagou o professor. Faltam recursos, leitos, bons salários para os profissionais... Gomes observou que a proposta do governo conseguiu a façanha de unir a classe médica em torno de questões fundamentais.  “Trata-se de um caminho sem volta”, disse. O professor lamentou o viés político que há nessa intenção de trazer os cubanos. Disse que, para a categoria médica, o ministro Alexandre Padilha (Saúde) se tornou uma persona non grata . Apesar de tudo, Gomes é otimista. Disse que a mobilização das lideranças

Diário de um infartado: 'Ninguém aguenta a farsa das religiões'

por  Yigal Cavalcanti Hofmannstahl Paulo, todos nós estamos enviando os nossos melhores "São seis mil anos de mentira patriarcal despótica" sentimentos e pensamentos para sua cura. Não importa a crença ou a descrença dos crentes, porque este não é um caso de fé, mas de medicina. E acima de tudo, que aqueles que têm um coração humano, torçam para que os médicos façam o trabalho acertado, e o seu organismo reaja fazendo a melhor parte. O que importa é a sua melhora, e o restabelecimento de sua saúde.  A tia Concí perdeu a senha do e-mail dela (quase quem infarta, é ela!rs, rs, brincadeira...). E está chateada por não poder enviar também o "estimo as melhoras" (como ela gosta de dizer). Faço aqui as vezes (ou as vozes) dela. Estou longe, mas na irmandade que nos une, que é a luta pela comunicação e informação não confessionais, livres, a serviço da emancipação de toda a humanidade; estamos muito próximos, e também daqueles todos que neste momento lotam as

Diário de um infartado: ateu deve ficar no 'armário' do hospital?

por  Thiago Giardini Paulo, Sair ou não do armário, eis a questão Recomendo que você "entre no armário" enquanto estiver no hospital. Acredite, é melhor se fazer de desentendido e desinteressado e escutar um monte de abobrinhas quieto do que declarar sua descrença em ambiente hospitalar. Esse é o tipo de local onde a fé das pessoas pode se tornar ainda mais inconveniente. Na doença e na dor, as pessoas se apegam a qualquer coisa. Até quem não era religioso se torna um mala em potencial. Falo isso porque tenho "experiência" com esse tipo de situação. Sou ateu e há um ano e meio frequento hospital regularmente para cuidar da minha mãe acamada. Desde então, já vi todo tipo de situação bizarra, incluindo pessoas "recebendo o espírito santo" em plena enfermaria, com direito a pulos, gritos, rodopios e aquela glossolalia característica. Eu me arrependi de todas as vezes em que me atrevi a estender a conversa, quando o assunto vinha à tona. É c

Diário de um infartado: que Estado laico é este?

Passeio pela internet enquanto o bisturi não vem No domingo pela manhã, uma simpática senhora e uma jovem entraram no meu quarto e se apresentaram: “Somos da Pastoral da Saúde e estamos aqui para informar que hoje às 10h haverá missa na capela do hospital.” Elogiei o desprendimento das duas, o empenho delas em prestar apoio a pessoas em momento de fragilidade física e emocional. Disse que a minha mulher, que é católica e que tem estado sempre ao meu lado nestas horas, provavelmente iria à capela. “Os enfermos também podem assistir à missa”, disse a senhora. Respondi que estava grato pelo convite, mas que sou ateu. Só acredito na ciência, e ainda assim com reservas, porque há muito ainda o que se pesquisar e a descobrir. A senhora então começou a falar de doentes que tinham sido salvos por milagres e que Deus é tão bondoso que até quem não crê Nele obtém a Sua graça. Pensei: “Depois de um infarto, só me faltava esta: ter de suportar um proselitismo religioso”. Procurei d

Diário de um infartado: deu no Yahoo! Respostas

Tweet Fonte:  http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20130628062850AAa55MK

Diário de um infartado: começou a contagem regressiva

Se o "design inteligente" fosse  inteligente,  coração não teria infarto O cardioclínico Marcos Damião Ferreira me informou que deverei ser operado na quarta-feira (3). Começou a contagem regressiva. Ele me explicou que é preciso esperar esses dias para que seja eliminado do meu organismo o anticoagulante — que afina o sangue — que foi administrado para evitar um segundo infarto. Na quinta-feira fui submetido a um cateterismo. Só senti a picadinha da anestesia na coxa direta. Foi bem mais ligth do que os implantes dentários pelos quais tenho passado ultimamente. A minha acompanhante na noite de sexta para sábado foi a minha filha Maria Paula. Conversamos um pouco sobre tudo, incluindo política internacional (ela é formada em Relações Internacional pela PUC-SP) e nacional. Concluímos que a Marina Silva deverá obter alguns dividendos nas próximas eleições por conta das atuais manifestações. Hoje, a Datafolha confirmou isso. Não gosto da Marina, não por ela ser ev